O que são derivativos no mercado financeiro? Nesse texto, vamos mostrar como funciona a estratégia de venda coberta de opções, uma alternativa para os investidores rentabilizarem sua carteira de ações.
Você irá entender os tipos de derivativos e como funciona o mercado de opções na bolsa de valores. Dividimos o texto nos seguintes tópicos:
Boa leitura!
Primeiramente, é necessário que você compreenda a dinâmica e o funcionamento das opções de compra (call) e de venda (put) — os derivativos no mercado de capitais, só assim você entenderá a estratégia de venda coberta de opções. Para isso, veja nossa série de textos sobre opções na bolsa de valores.
A venda coberta é uma estratégia de “financiamento” da carteira de ações. Ou seja, é uma forma de rentabilizar as ações que você já possui em seu portfólio.
Nesse sentido, o investidor lança opções de compra ou de venda cujos ativos subjacentes a essas opções ele já possui na carteira. Lembrando que as opções conferem aos seus detentores o privilégio, mas não a obrigação de comprar ou vender um ativo por um preço x (Strike).
Dessa forma, o lançador das opções espera que o preço das ações subjacentes não atinjam o strike, embolsando assim o prêmio recebido pelo detentor das opções. Todavia, mesmo que a opção seja exercida, o lançador poderá ganhar nessa operação, o que veremos adiante.
Nos casos em que o preço da ação atinja o strike da opção (opção in the money), o lançador da opção terá a obrigação de vender as ações pelo preço de exercício (nos casos das calls), ou comprar as ações pelo preço alvo (para as puts). Dessa forma, se a opção virar pó no vencimento, o lançador embolsará o prêmio recebido na venda da opção – o derivativo.
Por outro lado, se o exercício da opção valer a pena para o detentor da opção, a venda coberta ainda será lucrativa para o lançador, na medida em que este tenha adquirido a ação por um valor abaixo do preço de venda no exercício.
Outro fator importante que deve ser levado em consideração no lançamento dos derivativos no mercado de capitais é quanto ao tipo da opção:
Para deixar o entendimento mais claro, vamos exemplificar.
Que tal um exercício para entender a venda coberta de opções? Vamos supor que você possua 100 ações da empresa XYZ, que foram adquiridas ao preço de R$ 15,00 por ação. Para rentabilizar sua carteira, você lança 100 calls com strike a R$ 18,00, para vencimento em dois meses. A opção é do tipo europeia, recebendo um prêmio de R$ 1,10 por opção. Vamos imaginar duas situações neste exemplo hipotético:
Na data do vencimento da opção, o preço no mercado à vista da ação subjacente está em R$ 20,00. Com o preço acima do strike, naturalmente o detentor da opção irá exercer seu direito de comprar a ação. Do ponto de vista do lançador e do proprietário dessa opção, teríamos os seguintes resultados (vou excluir corretagem e tributação para facilitar o nosso entendimento):Para fins de exemplo, considerei que o proprietário da opção venderá no mercado à vista todas as ações adquiridas assim que exercer a opção, auferindo assim o ganho da venda da ação, líquido do prêmio pago ao lançador.
Nessa situação, considerando que o lançador desta opção manterá as referidas ações em sua carteira, o lançador colocará o prêmio de R$ 110 no bolso. Por outro lado, o proprietário da opção realiza a perda do prêmio pago (virou pó).
Como vimos, um fator importantíssimo nessa operação é o preço de aquisição do ativo subjacente, visto que, mesmo que o detentor da opção a exerça, o lançador lucrará com a diferença entre o custo x venda (desde que o custo seja menor que o strike), além do prêmio recebido.
Todavia, se a ação apresentar fortes valorizações (imprevisível), o lançador deixará de ganhar quando o preço estiver nas alturas, pois não poderá vender as ações que estão atreladas a uma opção lançada no mercado.