Por Erick Matheus Nery
Com a isenção da cobrança do imposto de importação de produtos de até US$ 50, o Brasil deixou de arrecadar mais de R$ 21 bilhões nos últimos três meses. Essa é a conta que a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) fez para defender o fim da isenção tributária nas "comprinhas" dos brasileiros em sites estrangeiros.
"O barato tem saído caro para o Brasil e para os brasileiros. Toda vez que uma compra é feita em um site estrangeiro com o preço 'bem baratinho', os empregos no Brasil e consequentemente a renda e o poder de compra diminuem", afirma Flávio Roscoe, presidente da FIEMG.
De acordo com o levantamento feito pela Gerência de Economia e Finanças Empresariais da FIEMG, no ano passado, a perda de faturamento chegou a R$ 99 bilhões com a redução estimada de 1,1 milhão de vagas no mercado de trabalho (formais e informais) por conta dos produtos que deixaram de ser fabricados no País, mas que chegaram ao consumidor por meio do comércio eletrônico.
"Essa prática coloca o produto comercializado no Brasil em uma enorme desvantagem. Os benefícios para os produtos nacionais e importados precisam ser iguais. Não dá para competir com quem não é taxado", comenta Roscoe.
Segundo os dados da FIEMG, o faturamento caiu em setores específicos na mesma proporção em que as importações de produtos de pequeno valor aumentaram. Vestuário e acessórios, móveis, produtos diversos, máquinas e equipamentos foram os setores mais afetados.