Por: Fabricio Julião e Luana Franzão
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve subir 0,32% em setembro, segundo o TC Consenso. As projeções apontam ainda que o indicador oficial de inflação do Brasil deve encerrar este ano em 4,80% – levemente acima do teto da meta. Para 2024, a expectativa é de alta de 3,90%. O TC Consenso compilou as projeções de 15 economistas.
Segundo cálculos do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas, a aceleração do indicador, que avançou 0,23% em agosto, deve ocorrer devido à alta dos combustíveis. O coordenador de preços do FGV Ibre, André Braz, explicou que o IPCA de setembro deve ser impactado pelo último reajuste da Petrobras, que ocorreu em 16 de agosto.
“Como o reajuste ocorreu na segunda quinzena de agosto, a gasolina ainda aparece com alta em setembro, quando a medida completou um mês”, explicou Braz. Ele calcula que a gasolina deve registrar alta de 3,29% no IPCA de setembro, mas que o óleo diesel deve ter a maior contribuição para a alta do indicador, com avanço de 13,75% no mês.
Passagens aéreas (+13,75%), tomate (8,50%) e arroz (2,73+) devem completar os itens com maiores variações. Entre os itens deflacionários, por outro lado, devem aparecer: mamão (-17,31%), batata-inglesa (-14,00%), cebola (-7,62%) e ovo de galinha (-4,12%).
Ainda que os núcleos de inflação venham mais pressionados, Braz afirmou à Mover que os dados não vão indicar um descontrole inflacionário. Para ele, o IPCA deve encerrar o ano dentro do teto da meta de 4,75% estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
“O cenário à frente nos vai impor desafios como a trajetória de juros nos Estados Unidos, o El Niño, a guerra em Israel, o preço do barril de petróleo e a reforma fiscal no Brasil. Ainda assim, acredito que o Banco Central poderá seguir com o corte já programado da Selic até o fim de 2023 sem descontrole inflacionário”, pontuou.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o IPCA de setembro amanhã, às 9h00, no horário de Brasília.