Por: Ana Luiza Serrão
O Carrefour Brasil (CRFB3) acredita que o cenário projetado por eles para a inflação deve beneficiar a margem bruta do Atacadão nos próximos trimestres, disse a gestão da maior rede varejista de alimentos do país em teleconferência de resultados nesta quarta-feira.
Segundo o balanço do grupo, divulgado ontem, a margem bruta do Atacadão – principal unidade de negócios da empresa – ficou em 15,7% no terceiro trimestre, um aumento de 0,9 ponto percentual em relação ao mesmo período do ano anterior.
A margem bruta do Atacadão, de acordo com o diretor-presidente (CEO), Stéphane Maquaire do grupo, mostra a capacidade da companhia em enfrentar situações difíceis mesmo em um ambiente com deflação de preços ao produtor, como ocorreu entre o segundo e o terceiro trimestre. O executivo acredita ainda que as margens devam seguir nos níveis atuais nos próximos trimestres.
Segundo o vice-presidente de finanças e de relações com investidores (CFO), Eric Alencar, o cenário futuro para as perspectivas de inflação é mais positivo do que o atual, o que deve fortalecer as margens da empresa, que busca manter a disciplina para um negócio mais sustentável e “garantir o melhor preço final para o consumidor”.
Alencar prevê ainda uma melhora drástica nas despesas do Carrefour Brasil nos próximos trimestres, com os gastos de conversão das Lojas BIG praticamente acabando, enquanto as despesas de reestruturação continuarão, “mas muito menores do que antes”, segundo o executivo.
Questionados sobre a abertura de novas lojas para 2024, os gestores afirmaram que ainda não há uma decisão definitiva sobre o tema, e tais planos devem ser discutidos possivelmente no quarto trimestre.
Já a alavancagem atual, em 2,27 vezes, é vista como confortável pelo Carrefour, de acordo com o CFO. No entanto, Alencar reiterou que há um trabalho sendo realizado para reduzir este índice por meio da geração de caixa, o que deve influenciar nas decisões de investimentos para o próximo ano.
Por volta das 11h55, as ações ordinárias do Carrefour Brasil subiam 4,24%, a R$9,34, enquanto o Ibovespa operava em alta de R$1,56%, a 114.908 pontos. Nos últimos 12 meses, os ativos da companhia na B3 acumulam queda de 51,03%. Neste ano, os papéis recuam 35,92%.