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Empresas
Publicado em
21/9/23 7:54

Receita da Eneva com exportação cai com fim de seca na Argentina e Uruguai

No ano passado, a Eneva exportou cerca de 1 gigawatt médios semanais
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Por: Luciano Costa

O Brasil interrompeu as exportações de energia para a Argentina e o Uruguai neste mês e não deve haver novos envios até dezembro, após a chegada de chuvas que deram alívio a uma seca histórica nos países vizinhos, disse à Mover o CEO da comercializadora de energia Tradener, Walfrido Ávila. Empresas como a Eneva vinham se beneficiando com receita extra nessas operações.

"No Uruguai, passaram da seca para uma enchente, e também está ventando muito mais do que o normal. Durante dois ou três dias, eles conseguiram passar praticamente só com energia eólica. E na Argentina baixou a carga porque o frio foi embora", disse Ávila, nos bastidores do Fórum Cogen, promovido em São Paulo pela Associação da Indústria de Cogeração de Energia nesta quarta-feira.

No ano passado, a Eneva exportou cerca de 1 gigawatt médios semanais em energia para os países vizinhos nas duas primeiras semanas de setembro, e 0,5 GW na última semana. Após exportações apenas pontuais em outubro do ano passado, a Eneva aumentou os envios gradualmente em novembro, encerrando o mês com 1,2 GW médios semanais, e atingindo pico de 1,9 GW na metade de dezembro.

"Neste ano, essas operações devem voltar quando começar o verão forte, em dezembro. O inverno e o verão são os picos deles [na Argentina e Uruguai]", disse Ávila, que participa ativamente do mercado de comercialização com os vizinhos por meio da Tradener e monitora as transações.

Até então, a forte demanda pelas exportações de energia do Brasil vinha gerando receita extra para empresas que incluem também a Petrobras e a Eletrobras, que exportou excedentes de produção de suas hidrelétricas. No segundo trimestre, o faturamento com as vendas para Argentina e Uruguai na Eneva somou R$295 milhões.

No Brasil, não há perspectiva de acionamento de mais termelétricas no curto prazo, mesmo com a atual onda de calor, disse o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, ONS, Luiz Carlos Ciocchi. Ele também destacou que as regiões Sudeste e o Centro-Oeste estão batendo recordes de geração solar.

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