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Economia
Publicado em
31/10/23 15:36

Copom deve cortar a Selic em 50 pontos-base pela 3ª vez consecutiva, projetam especialistas

Projeções ficam incertas em relação ao final do ciclo de queda de juros
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Agência Brasil
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Por: Fabricio Julião e Luana Franzão

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve reduzir a taxa básica de juros Selic em 50 pontos-base nesta quarta-feira, para 12,25% ao ano, segundo as projeções do TC Consenso. De acordo com os 21 especialistas consultados pela Mover, as apostas em cortes de mesma magnitude até dezembro são unânimes, o que levaria a Selic a encerrar 2023 a 11,75% a.a.

Para 2024, no entanto, não há consenso sobre a taxa que será mantida após o ciclo de baixas. Apesar da atuação do BC até o fim deste ano já estar precificada, as previsões para a Selic ao final de 2024 variam entre 8,50% e 10,25%, com a mediana em 9,50% ao ano.

Ontem, o boletim Focus registrou que os economistas consultados pelo BC revisaram as estimativas da Selic para 2024, passando de 9,00% na semana passada para 9,25%. Para o economista-chefe da Órama Investimentos, Alexandre Espírito Santo, é esperado que haja revisões para cima devido ao cenário internacional adverso.

"Acredito que a novidade do comunicado de quarta-feira será um reforço do ambiente internacional, que se agravou com a guerra entre Israel e o Hamas. O conflito não tinha se iniciado na última reunião do Copom, então acho que será mencionado como um fator adicional de risco no mundo hoje, principalmente por não sabermos o nível de envolvimento do Irã e as consequências para o petróleo e para o mercado em geral", afirmou o economista à Mover.

Espírito Santo disse ainda não acreditar que o Copom será mais duro em relação ao comprometimento fiscal do governo para não criar mais atrito com o Executivo. Ainda assim, ele afirmou que o BC deve continuar declarando que o país deve "fazer melhor o dever de casa" pelo lado fiscal, como já expressou o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, há algumas semanas.

Do lado do balanço de riscos para a inflação, que deve fazer com que o BC mantenha a trajetória de cortes de juros para o ano que vem, o economista-chefe do Itaú, Mário Mesquita, também lembrou o cenário internacional adverso e afirmou que o Copom pode citar "a elevação dos juros longos nos Estados Unidos e um mercado de trabalho ainda aquecido no âmbito doméstico" como fatores de risco para a inflação.

Já o diretor de Pesquisa Macroeconômica para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, ressaltou em relatório que o aumento nas projeções para a Selic de 2024 reflete a expectativa de que o governo não cumprirá as metas fiscais anunciadas. "O governo está inclinado a acomodar a inflação acima da meta e as próximas mudanças na composição do Copom podem tornar o Comitê mais 'dovish'".

Na segunda-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), anunciou a indicação do professor da Fundação Getulio Vargas, Paulo Pichetti, para a diretoria de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos​ do BC, e do economista Rodrigo Teixeira para a diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do BC.

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