Por que o Pão de Açúcar (PCAR3) sobe 9% após ter prejuízo de R$1,3 bi?

Por: Bruno Andrade

As ações do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) disparavam nesta terça-feira, após a empresa divulgar na véspera resultados do terceiro trimestre com números operacionais muito acima do esperado por analistas de bancos, que compensaram o prejuízo na última linha do balanço.

Por volta das 15h18min, as ações do Grupo Pão de Açúcar saltavam 9,28%, a R$3,65, a maior alta do Ibovespa. Para a equipe da Genial Investimentos, houve uma melhora na rentabilidade da rede de supermercados, que foi causada pela “evolução significativa na bandeira Pão de Açúcar”.

Apesar do avanço na rentabilidade, o GPA entregou prejuízo de R$1,3 bilhão no período, piora da 337,2% na base anual.  De acordo com a empresa, o resultado foi impactado pela conclusão da separação da varejista colombiana Éxito. Sem esse fator, o lucro atingiria R$808 milhões, acima do TC Consenso, de prejuízo de R$220,5 milhões

Os analistas Iago Souza, Vinicius Esteves e Nina Mirazo, da Genial, destacaram o aumento de penetração de perecíveis nas vendas, que apoiou a rentabilidade no período. Eles comentaram ainda que a margem bruta do GPA foi beneficiada por uma melhora nas negociações comerciais e redução significativa da quebra. 

“Com isso, a rentabilidade bruta cresceu 130 pontos base (bps, na sigla em inglês), ficando 10bps acima da nossa expectativa, atingindo 25,1%”, explicaram.

A equipe do Santander Corporate & Investment, porém, mostrou cautela, listando fatores que devem estar no radar de investidores de olho no ativo. ‍

“Notamos que  a rentabilidade parece estar no caminho da recuperação, mas estamos neutros devido à concorrência mais acirrada, especialmente dos concorrentes do atacarejo, que poderia incluir Assaí”, escreveram Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo, que assinam o relatório do Santander.

“Além disso, vemos alguns riscos de execução relacionados à expansão da bandeira Pão de Açúcar, principalmente fora do estado de São Paulo”, explicaram.

A Genial manteve recomendação de ‘“compra” para GPA ON, com preço-alvo de R$5, alta de 49.7% na comparação com o fechamento de segunda-feira. O Santander tem avaliação neutra, com preço-alvo de R$5,70, com potencial para avanço de 70,65%.

Já o banco espanhol manteve sua recomendação “neutra” para GPA ON com preço-alvo de R$5,70, avanço de 70,65%.