Por: Sheyla Santos
A queda nas receitas somada ao aumento das despesas no segundo trimestre elevou a necessidade de de líquida de financiamento do Governo Geral a 8,3% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 4,1% no mesmo período do ano passado.
O aumento indica uma maior necessidade de emissão de dívida para sustentar o atual patamar de gastos, o que impacta no perfil de endividamento e gastos com pagamento de juros.
No mesmo recorte de tempo, a necessidade de financiamento dos governos estaduais atingiu 0,4% do PIB, enquanto os governos municipais apresentaram capacidade de financiamento de 0,4% do PIB.
Os dados constam do Boletim de Estatísticas Fiscais do Governo Geral relativo ao segundo trimestre deste ano divulgado nesta terça-feira — documento que compreende as estatísticas do Governo Central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social) e dos governos estaduais e municipais.
O relatório credita o aumento de uma necessidade maior de financiamento do governo no período ao aumento nominal de 10,6% da despesa e de 0,8% da receita do Governo Geral em relação ao mesmo período do ano passado.
Nos meses de abril, maio e junho, a queda das receitas atingiu 41,3% do PIB — ante um resultado de 43,9% no mesmo período em 2022. Já o aumento de despesa subiu a 49,6% do PIB — ante 48,1% em igual período do ano passado.
QUEDA NA ARRECADAÇÃO
A queda de 1.1 ponto percentual na arrecadação de impostos, que passou de 24,9% em 2022 do PIB para 23,8% do PIB neste ano, também justifica a deterioração das contas públicas.
Já a arrecadação por outras fontes de receitas — concentradas principalmente em reduções de concessões e dividendos do Governo Central — também apresentou queda no período, passando de 9,2% do PIB para 7,5% do PIB.