Por Bruno Andrade
O Índice Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,28% em agosto, mostram dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (25). O número ficou acima da expectativa do mercado, que esperava um IPCA-15 de 0,17% em agosto, segundo o TC Consenso.
A cifra é conhecida como a prévia da inflação para o mês de agosto, visto que o resultado fechado sai apenas até o final da primeira quinzena de setembro. No acumulado dos últimos 12 meses até agosto, o IPCA-15 tem alta de 4,24%. Já entre janeiro e agosto deste ano, o índice sobe 3,38%.
A alta mensal foi puxada pelo setor de energia elétrica residencial, que subiu 4,59%. Segundo o IBGE, o salto nos preços do segmento foi influenciado pelo fim da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas no mês anterior.
"Além disso, reajustes foram aplicados em três áreas de abrangência do índice: em Curitiba (9,68%), onde o reajuste de 10,66% teve vigência a partir de 24 de junho; em Porto Alegre (5,44%), com reajuste de 2,92% a partir de 19 de junho, em uma das concessionárias pesquisadas; e em São Paulo (4,21%), onde o reajuste de -1,13% foi aplicado a partir de 4 de julho, em uma das concessionárias pesquisadas", afirmou o IBGE.
Se a conta de luz ficou mais cara, o grupo de alimentação e bebidas teve queda de 0,65% em agosto, devido à deflação de 0,99% da alimentação no domicílio.
"Destacam-se as quedas da batata-inglesa (-12,68%), do tomate (-5,60%), do frango em pedaços (-3,66%), do leite longa vida (-2,40%) e das carnes (-1,44%). No lado das altas, as frutas (1,42%) subiram de preço", explicou o IBGE.
Para Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, o número foi muito negativo, visto que os núcleos da inflação apresentaram alta.
"O setor de serviços subjacentes voltou a acelerar, e isso esvazia apostas de cortes de juros mais agressivos na SELIC por parte do COPOM, que deve seguir o plano de cortes de 0,50% ao longo das próximas reuniões", disse Fernandes.
Já Mariana Costa, economista-chefe do TC, acredita que o número apresentou alguns sinais benignos, como o índice de difusão, que ficou abaixo da média histórica.
"O índice de difusão ficou em 50,95% em agosto ante 47,96% em julho, que apesar da aceleração se encontra historicamente em nível bastante comportado".