Por Artur Horta
As ações da Oncoclínicas (ONCO3) têm avançado mais de 70% este ano, liderando o setor de saúde na B3. O crescimento está ligado a expectativas de aumento de margens, crescimento e sinergias com aquisições, já que a empresa é o maior grupo dedicado ao tratamento de câncer na América Latina, o que a fez ser recomendada pelas áreas de research de quatro bancos.
Citi, Itaú BBA, Santander e XP elegeram a Oncoclínicas como "top pick" e recomendam a compra de suas ações ordinárias, com preços-alvo variando entre R$14,00 e R$16,60. Atualmente, os papéis estão sendo negociados a R$10,38, com uma valorização de 71,64% em 2023.
Em relação a outras empresas do setor, a Kora Saúde é a segunda que mais se valorizou no ano, com alta de 57,69%, seguida pelo Mater Dei, com ganhos de 44,66%. A Rede D’Or, maior rede privada de hospitais do Brasil, registra alta de 16,50%.
Outros segmentos do setor, como a saúde suplementar, têm enfrentado quedas nas ações devido a prejuízos causados pelo alto índice de sinistralidade. Por outro lado, empresas de medicina diagnóstica apresentam uma valorização modesta no ano.
A preferência dos analistas pela Oncoclínicas se justifica pela natureza resiliente do negócio de oncologia, com oportunidades de geração de valor e uma potencial melhora financeira da empresa. Os analistas do Citi enfatizam que as ações estão sendo negociadas a 15,2 vezes o lucro projetado para 2024, o que é considerado um valuation atrativo.
O Santander vê o crescimento da operação de "câncer centers" da Oncoclínicas como algo que ainda não está completamente precificado, podendo entregar uma margem EBITDA de 30% no longo prazo, em linha com hospitais e laboratórios concorrentes.
O Itaú BBA também está otimista em relação ao desempenho dos "câncer centers", enquanto a XP acredita que a integração contínua de empresas adquiridas e iniciativas para simplificar a estrutura administrativa podem contribuir para a expansão das margens.