Por Erick Matheus Nery
Na hora de analisar os números da inflação nacional, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, admite que seu foco está nos dados dos núcleos – em especial, do setor de serviços. Nesta segunda (28), o economista argumentou que a autoridade monetária monitora esse tema de perto para conseguir tomar suas decisões.
“Estamos olhando muito o tema de núcleos, principalmente o de serviços, para ver a dinâmica desse processo. Esse último número [IPCA-15] não veio ruim, mas tiveram outros componentes que vieram bem piores”, detalha Campos Neto durante palestra a investidores no Warren Institutional Day, em São Paulo.
Segundo Campos Neto, a trajetória do IPCA segue em linha com que o BC imaginava, o que tranquiliza as decisões da autarquia.
“Quando a gente olha em termos de expectativa de inflação e metas, estávamos com todas as expectativas dentro das metas, mas tivemos o último aumento da gasolina, aí a expectativa subiu um pouquinho em 2023”, destacou.
Para o presidente do BC, esse deslocamento ocorreu após o reajuste dos combustíveis feito pela Petrobras. “Eu, inclusive, fui favorável a isso. Acho que é importante não deixar o preço distorcer a ponto de gerar má alocação de recursos, em termos de Petrobras”, afirmou.
“Mas o fato é que a gente continua [dentro das bandas], o mercado espera uma convergência muito grande para 2024 e 2025. Muito disso está sendo corroborado pelos dados recentes”, complementa.