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Publicado em
20/7/23 18:53

Netflix tem dois problemas na mão e uma Barbie voando

Ações da gigante do streaming derreteram nas últimas horas
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Reprodução/YouTube
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Por Erick Matheus Nery  

A Netflix terminou o segundo trimestre de 2023 (2T23) com lucro e crescimento na base de assinantes. À primeira vista, só notícias boas. Porém, as ações da gigante do streaming estão tendo momentos delicados desde a revelação dos números, pois a companhia precisa lidar com dois grandes problemas.

“Você tem que estar toda hora criando novos conteúdos que façam muito sucesso. Então, você precisa criar vários produtos para que um faça um mega sucesso e que, além disso, consiga criar esse buzz com o público, como o filme da Barbie atualmente. Por exemplo, a Coca-Cola lança novos produtos, mas a Coca-Cola segue vendendo. O McDonald's, idem. Já com a Netflix, não consigo analisar dessa maneira, é difícil”, explica ao Faria Lima Journal (FLJ) William Castro Alves, estrategista-chefe da corretora Avenue, especializada em ativos internacionais.

Barbie, filme lançado nesta quinta (20) e inspirado na icônica boneca produzida há décadas pela mega-fabricante de brinquedos Mattel, vem monopolizando as atenções do público e da mídia nas últimas semanas. 

Segundo o economista, além da necessidade de emplacar constantemente um novo hit (tal qual Barbie), a greve dos roteiristas e dos atores nos Estados Unidos e a expectativa de um crescimento menor da Netflix nos próximos trimestres são os principais problemas atuais do negócio.

“Quando você lança uma nova ferramenta, como o corte do compartilhamento de senhas, no primeiro momento, você tem um crescimento na base de assinantes. Mas, depois, ela não se sustenta”, destaca o especialista. Desde maio, a empresa passou a cobrar globalmente uma taxa extra para os assinantes que compartilham suas assinaturas.

A gigante do streaming fechou o 2T23 com um lucro líquido de US$ 1,49 bilhão, movimento que ocorre após a companhia iniciar uma guerra contra o compartilhamento de senhas entre os usuários. A receita ficou em US$ 8,19 bilhões, enquanto a expectativa do mercado  era de uma cifra na casa dos US$ 8,3 bilhões.

Matheus Popst, sócio da Arbor Capital, entende que os números foram positivos. “A tese de parar com o compartilhamento de senhas, principalmente com a assinatura subsidiada por anúncios, está funcionando, e a Netflix conseguiu adicionar 5,9 milhões de assinantes no mundo”, analisa.

Do início do ano até o fechamento de quarta (19), antes da divulgação do balanço, os papéis da Netflix na Nasdaq acumulavam uma alta de cerca de 60% no ano. Porém, nesta quinta (20), os papéis derreteram 8,41%, maior queda desde dezembro de 2022. Movimento similar ocorreu com as BDRs. Até ontem, os papéis NFLX34 na B3 haviam subido 51,8%. Hoje, eles caíram 4,75%, maior recuo desde fevereiro de 2023.

Como as ações dispararam neste ano, os especialistas ouvidos pela reportagem entendem que as expectativas do mercado estavam infladas e, na hora da verdade, a empresa não conseguiu entregar o esperado. “Teve um rali bem elevado e, sempre que isso ocorre, os investidores começam a se questionar até onde tem espaço para isso. A empresa não vai manter esse crescimento, o próximo trimestre vai ser complicado”, finaliza Alves.

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