Por Ana Luiza Serrão
A Apple desapontou fãs de tecnologia e gerou mais pessimismo do que nunca entre analistas do Itaú BBA que cobrem o papel após ter lançado ontem o modelo do iPhone 15 sem grandes novidades.
“Saímos do evento vendo riscos tanto para as receitas quanto para as margens da Apple”, comentou a equipe comandada por Thiago Kapulskis, que reiterou recomendação de “venda” das ações da maior empresa de tecnologia do mundo, com preço-alvo de US$162.
Um dos pontos que pegou o mercado de surpresa é que a maioria dos modelos do iPhone 15 apresentou preços idênticos aos do iPhone 14. Para o BBA, a nova relação de preço e benefício pode não ser suficiente para a Apple aumentar o preço médio de venda (ASP, na sigla em inglês).
Segundo a multinacional, o iPhone 15 tem câmera e bateria consideradas melhores, um novo padrão de entrada para carregador e chip A17 do iPhone Pro, que promete ser mais rápido e desafiar alguns computadores de última geração.
“Apesar destas melhorias, houve uma sensação geral de ‘déjà vu’. No geral, as modificações pareciam meramente incrementais, não correspondendo ao significativo investimento de cerca de US$30 bilhões”, analisou o time do BBA.
Para o banco de investimentos, outro ponto de atenção e pessimismo está relacionado ao fluxo de notícias da China, que proibiu smartphones estrangeiros para funcionários do governo.
O Itaú BBA projeta ainda que a Apple poderá sofrer efeitos colaterais em uma eventual restrição aos pagamentos do Google à companhia. O governo americano acusa o Google de bloquear concorrentes por meio de acordos, como o que tem com a Apple, no qual ele paga para ser o mecanismo de pesquisa padrão nos dispositivos iOS. A decisão da justiça americana deve ocorrer nas próximas semanas.