Por Artur Horta
A Klabin frustrou o consenso de projeções de analistas para o lucro da companhia no quarto trimestre de 2022, impactada em alguma medida pela redução nos volumes de produção e de vendas, embora tenha realizado melhores preços, segundo balanço divulgado na manhã desta quarta-feira, que citou ainda um "arrefecimento" na demanda do mercado chinês na reta final do ano.
A maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do país registrou lucro líquido de R$790 milhões, abaixo do consenso Mover de R$1,31 bilhão, e com queda de 25% na base anual. Já em relação ao terceiro trimestre, o resultado tombou 62%.
A produção consolidada da Klabin atingiu 1,0 milhão de toneladas, queda de 4% tanto na comparação anual quanto trimestral, refletindo sobretudo “intervenções operacionais na fábrica de Ortigueira (Puma I)", no Paraná. A produção de celulose recuou 5% em base anual e 6% na base sequencial, enquanto a de papéis teve retração de 3% em ambas as comparações.
A receita líquida, porém, subiu 11% em um ano, para R$5,08 bilhões, acima do consenso das estimativas, de R$4,93 bilhões. O lucro operacional aferido pelo EBITDA ajustado avançou 1% na comparação anual, para R$1,9 bilhão, acima do consenso de R$218,5 milhões.
“Os reajustes de preços realizados em todos os negócios ao longo dos últimos trimestres mais do que compensaram o menor volume de vendas e a valorização do real em relação ao dólar que impacta as exportações”, disse a Klabin, ao explicar o crescimento da receita e do EBITDA no quarto trimestre.
Por outro lado, a companhia citou ter obserado "algum arrefecimento" na demanda, "principalmente do mercado chinês, dando início a correção de preços na fibra curta a partir do mês de dezembro".
Ainda assim, a companhia qualificou o quadro de oferta e demanda por papel e celulose como "relativamente equilibrado no trimestre, mesmo sendo um período sazonalmente de menor demanda".
Também houve redução de preços no segmento de papéis kraftliner, material usado em sacolas, caixas, encadernação e impressos em geral, com estoques se mantendo em níveis elevados. A Klabin falou em "retração da demanda e aumento da oferta, principalmente no mercado externo”.
Nesse contexto, o volume total de vendas da centenária produtora de papel e celulose atingiu 928 mil toneladas entre outubro e dezembro, queda de 5% no comparativo anual e de 9% frente ao trimestre anterior.
As units da Klabin (KLBN4) encerraram o pregão de ontem em alta de 0,99%, a R$19,30. Nos últimos 12 meses, os papéis caem 18%.