Por Ana Luiza Serrão
As ações do Grupo Soma (SOMA3) recuavam nesta quinta-feira (10) na B3, liderando em perdas percentuais no Ibovespa no meio da tarde, após a divulgação pela companhia, na véspera, de resultados do período entre abril e junho que tiveram recepção mista no mercado.
A equipe do Itaú BBA avaliou que o maior grupo de moda do Brasil apresentou números fracos, abaixo do esperado do princípio ao fim. “A pressão sobre a margem bruta proveniente da Soma Ex-Hering mais do que compensou as tendências saudáveis na Hering”, afirmaram os analistas.
Por volta das 14h50, os papéis ordinários da dona das marcas Farm, Animale e Hering caíam 8,42%, a R$9,90, ao mesmo tempo em que o Ibovespa subia 0,17%, a 118,61 mil pontos. Nos últimos 12 meses, as ações da companhia apresentam desvalorização de quase 10%.
O Bank of America, por outro lado, entendeu que a Soma divulgou resultados em geral sólidos e mostrou relativa resiliência de seu público-alvo, de maior renda, com bom desempenho das receitas da Farm Global e melhora das vendas na Animale.
O banco americano também disse que o varejo de moda, principalmente voltado a públicos de renda média, deve se beneficiar com o cenário de flexibilização dos juros, a inflação mais baixa e a redução do endividamento dos consumidores.
Mas uma melhora definitiva no desempenho da empresa ainda parece ter data incerta. Em teleconferência com investidores hoje, o CEO, Roberto Jatahy, disse que não arrisca dizer se o terceiro trimestre vai ser muito bom. O diretor financeiro Gabriel Lobo, por outro lado, destacou que a expectativa é encerrar o ano de 2023 com estoques equilibrados.
O Grupo Soma reportou lucro ajustado de R$102,1 milhões no segundo trimestre, recuo de 22% na comparação anual, mas com avanço de 73% frente aos três meses anteriores e em linha com o TC Consenso de R$101,3 milhões. O EBITDA ajustado ficou em R$215,4 milhões, alta e 2,4% ano a ano, com receita líquida de R$1,30 bilhão, crescimento de 7,4% em um ano.