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Mercados
Publicado em
10/3/23 18:04

Arezzo, Magalu e Via derretem após balanços, com persistência de cenário desafiador para varejistas

Arezzo, Magalu e Via derreteram durante a sessão na B3 nesta sexta-feira e apenas Magalu fechou em leve alta
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Estadão Conteúdo
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Por: Artur Horta e Gustavo Boldrini

As ações da Arezzo (ARZZ3), da Magazine Luiza (MGLU3) e da Via (VIIA3) recuaram durante o pregão desta sexta-feira na bolsa brasileira, depois que os balanços trimestrais divulgados pelas varejistas mostraram a persistência de um cenário macroeconômico desafiador para o setor, disseram analistas.

Os papéis ordinários da Arezzo fecharam em queda de 11,72%, a R$68,59; os da Via caíram, 6,19%, a R$1,82; e os da Magazine Luiza retomaram fôlego e subiram 0,29%, cotados a R$3,40, depois de terem chegado a despencar mais de 10% antes na sessão.

Segundo relatórios de bancos de investimento vistos pela Mover, o cenário de juros altos, maiores custos de financiamento e acirrada competição no e-commerce que afetou as varejistas entre outubro e dezembro do ano passado deve seguir trazendo incertezas ao setor em 2023.

A Arezzo frustrou o consenso de lucro “devido a maiores despesas financeiras”, disseram analistas do Santander, em nota enviada a clientes. Já para o Bradesco BBI, a expectativa é que as vendas da varejista de moda desacelerem, embora devam "continuar acima dos pares em um nível saudável adiante”.

A Arezzo reportou lucro líquido ajustado de R$102,7 milhões entre outubro e dezembro de 2022, queda de 7,1% na base anual e abaixo do consenso de R$120 milhões, pressionada por um aumento de 20,7% no custo das mercadorias vendidas e de 31,3% nas despesas gerais e administrativas.

A Magazine Luiza também foi impactada pela alta dos juros, o que ofuscou o desempenho operacional, segundo os bancos. A expectativa, ao menos no curto prazo, é que o crescimento do volume bruto de mercadorias (GMV) siga desacelerando, “dada a alta exposição a categorias cíclicas, como eletrônicos e eletredomésticos”, disse o time de analistas do BTG Pactual. A varejista fundada por Luiza Trajano reportou prejuízo líquido de R$35,9 milhões no quarto trimestre, em resultado melhor que o consenso Mover, que projetava perdas de R$86,8 milhões.

No caso da Via, o BB Investimentos pontuou um sentimento negativo em relação às vendas do 1P, canal de comércio online com estoque próprio. O indicador caiu 6,0% na base anual e ficou 8,1% abaixo das estimativas do banco. A dona das lojas Casas Bahia e Ponto, que ontem reportou um prejuízo de R$163,0 milhões no quarto trimestre, ante consenso que apontava para perdas de R$192 milhões. Ela também foi negativamente afetada pelo cenário desafiador, segundo analistas do Santander.

Além dos balanços, as ações de Via e Magalu podem ter sofrido ventos contrários de outras notícias vistas como negativas, segundo avaliação da XP. A corretora citou a saída do vice-presidente de Inovação Digital da Via, Helisson Lemos, que tem papel chave no marketplace da empresa, bem como a divulgação de investigações na Magazine Luiza após uma denúncia sobre fornecedores.

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