Por Erick Matheus Nery
O ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG), criticou a saída às pressas de Wilson Ferreira Jr. da presidência da Eletrobras (ELET3), revelando que havia uma aproximação entre o governo e o executivo que deixou o cargo. Nesta terça (15), ao detalhar o apagão que atingiu quase todos os estados e o Distrito Federal pela manhã, o responsável pela política energética nacional classificou a saída do executivo como uma “grande perda para o País” e afirmou que só soube da renúncia pela imprensa.
“A renúncia do presidente Wilson ontem e a ascensão de um executivo ao cargo de presidente da empresa vem reafirmar as nossas críticas à condução do conselho da Eletrobras depois da privatização, reafirmar mais uma vez que foi uma perda para o Brasil. O governo é detentor de mais de 40% das ações. Não digo nem sobre a consulta [da troca] mas, no mínimo, nos colocar a par dos desdobramentos discutidos no Conselho, para que a União possa participar mais ativamente de uma decisão dessa magnitude”, destacou Silveira em entrevista coletiva à imprensa.
Essa mudança abrupta, sem uma sinergia com a política pública, com as nossas vinculadas, reafirma o que tenho dito: a privatização tirou a possibilidade de nós termos um sistema mais harmônico do sistema elétrico nacional. A mudança de ontem, da forma que foi feita, reafirma que a privatização fez mal ao Brasil.
De acordo com o ministro, o governo pediu para que a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Investigação (Abin) apurem o apagão nacional desta manhã e não descartam um possível “dolo” no apagão.
Além disso, Silveira afirmou que é necessário a ocorrência de dois grandes eventos energéticos para um apagão na magnitude do que ocorreu nesta manhã. Um desses eventos já foi localizado e foi uma sobrecarga no Ceará, enquanto o outro segue sendo investigado.
Acompanhe a entrevista coletiva ao vivo sobre o tema: