Por Luciano Costa
A AES Brasil (AESB3) está se preparando para entrar no segmento de hidrogênio verde, após o país ter sido colocado pela controladora da empresa, a multinacional americana AES, como uma das prioridades para investimentos na fonte renovável.
"É uma linha de negócios da AES que é estratégica no mundo e vai ser desenvolvida nos Estados Unidos, Brasil e Chile", disse o CEO da AES Brasil, Rogério Jorge, durante evento da empresa na quinta-feira (31) em São Paulo.
"Temos uma área já alugada no Porto de Pecém (CE) para estruturar um projeto da AES, e certamente será um projeto com outros parceiros. Estamos estruturando um modelo de negócios para poder desenvolver", acrescentou ele.
No momento, a AES está investindo US$4 bilhões em um projeto de hidrogênio verde no Texas (EUA), que demandará usinas eólicas e solares com 1,4 gigawatt em capacidade para produzir o combustível renovável.
"Nossa ideia é ser pioneiros nesses projetos, para poder entender um pouco como funciona", disse o presidente do conselho da AES Brasil, Francisco Morandi.
Outra grande aposta da AES é na venda de energia renovável para clientes corporativos. A empresa se coloca como líder global nesses tipos de contratos, à frente da francesa Engie, da espanhola Acciona e da EDP Renováveis, que também possuem negócios no Brasil.
Ao comentar a estratégia, o CEO da AES Brasil destacou a transformação da companhia, que até 2016 possuía apenas hidrelétricas em São Paulo e vendia toda a produção para a AES Eletropaulo, empresa do mesmo grupo.
Hoje, cerca de metade da capacidade de geração é com fonte solar e eólica, e entre os clientes há desde distribuidoras de energia a grandes companhias como a BRF e a Alcoa, além de empresas menores que atuam no chamado "varejo" do mercado livre de energia.
"Hoje somos o segundo maior comercializadora varejista do país. Toda essa venda no mercado varejista temos 100% da energia com certificado de renovável. É nossa contribuição para ajudar a descarbonizar as pequenas e médias empresas", disse Jorge.
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