Por Bruno Andrade
"Esperamos que vamos conseguir ter uma evolução positiva e fechar um bom acordo [com a Americanas (AMER3)] a partir do mês de setembro, quando os balanços da grande varejista serão divulgados", disse o presidente-executivo do Bradesco (BBDC4), Octavio de Lazari Júnior, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (04).
Lazari não citou a Americanas diretamente. A empresa foi apenas mencionada como "grande varejista". Ele comentou que a negociação é muito complexa, mas que "vem andando bem".
"Vai ser bom para todo mundo se conseguirmos fechar as negociações. As coisas tem andado com a executiva contratada pelos acionistas de referência. A negociação é complexa, pois são 7 mil credores envolvidos, desde debenturistas a bancos", afirmou.
O executivo explicou que o acordo já andou razoavelmente bem e que falta apenas fechar alguns pontos. "A gente tem que acomodar os interesses e as concessões de todo mundo. Entre setembro e outubro, podemos encontrar uma solução e fechar esse acordo, pouco tempo depois que sair o balanço da companhia", explicou.
Na véspera, a Americanas adiou a publicação do balanço do segundo trimestre de 2023. A empresa previa a divulgação do balanço para o dia 10 agosto. O balanço do primeiro trimestre também foi adiado. Oficialmente, os dois balanços não possuem uma data precisa para sair. A empresa também ainda não divulgou o balanço do quarto trimestre.
O Faria Lima Journal (FLJ) questionou o CEO Bradesco se haveria uma prorrogação da conclusão do acordo caso houvesse uma nova prorrogação do balanço da empresa.
"Eu não sei, é um fato que ainda não aconteceu. Então é difícil a gente falar. O melhor agora é a gente buscar o melhor acordo para todos os credores com a maior velocidade possível", concluiu Lazari.
O Bradesco é o segundo maior credor da Americanas, com R$ 4,8 bilhões a receber da varejista. Na semana passada, o Santander também disse que um acordo entre a Americanas e os credores deve ser fechado nos próximos meses.
A Americanas teve seu primeiro plano de recuperação judicial negado por parte dos credores.