Dentro do mercado financeiro, a terminologia e as siglas podem acabar assustando muitas pessoas que não estão acostumadas com alguns dos conceitos.
IGPM é a sigla para Índice Geral de Preços do Mercado e também está dentro de uma das especificações do Índice Geral de Preços, IGP. Esses nomes estão relacionados aos fatores que impactam a vida dos consumidores de maneira direta, principalmente como investidor.
Mas, como ainda existem muitas dúvidas sobre o assunto, hoje trouxemos algumas informações sobre o que significa esse índice, para que ele serve, qual a sua importância e quais investimentos estão relacionados.
Acompanhe a seguir e fique por dentro!
O IGPM é a sigla para Índice Geral de Preços do Mercado. Esse conceito indica a variação de preços dentro da economia nacional.
O principal objetivo do IGPM é monitorar quais são as maiores mudanças sobre o valor da moeda do país, além de acompanhar a variação dos preços, medindo a inflação do Brasil. Através desta medida, é possível observar os preços das matérias primas, tanto industriais quanto agrícolas e os produtos e serviços finais.
Esse índice é muito utilizado como referência para que os preços sejam reajustados, como valores de aluguel, valor da energia elétrica e outros serviços que são considerados essenciais para as pessoas.
Por ser utilizado para fazer o reajuste nos valores dos aluguéis de imóveis, é comum que o IGPM seja conhecido como inflação de aluguel. No dia a dia, quando um determinado serviço ou produto sofre alteração de valor, é porque o IGPM também sofreu.
Esse conceito é considerado uma das maiores referências macroeconômica, sendo utilizado tanto pela indústria, para fazer o balanço de preços, quanto pelos investidores, para analisar como está a economia nacional.
A principal função do IGPM é medir a variação de preços de um conjunto de bens e serviços comercializados no mercado brasileiro, incluindo produtos agropecuários e industriais, além de serviços como transporte e construção civil.
O índice é calculado mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e é um dos principais indicadores econômicos do país. Por ser um índice de preços amplo, o IGPM é considerado um indicador importante para a economia brasileira, pois reflete as variações de preços de bens e serviços em diversos setores da economia.
Dessa forma, é utilizado como referência para reajustes de contratos e para a tomada de decisões de investimentos e estratégias empresariais. Desde o período da pandemia, a economia passou por algumas instabilidades.
Por conta disso, nos últimos anos, o IGPM passou por uma grande valorização, que foi influenciada pelo dólar, pelos preços de exportação e importação, principalmente. Assim, muitos economistas e advogados passaram a questionar sobre a legitimidade desse índice nos contratos de aluguel e também de financiamento de imóveis.
A FGV afirma que não recomenda este índice para a correção de aluguel, mas isso claramente não impediu a adesão, pois o IGPM é um excelente indicador para medir a oscilação dos três principais setores de prestação de serviços do país. No entanto, a mudança dos índices não garante que os contratos de aluguéis e financiamento de imóveis sejam mais baratos.
O IGPM durante muitos anos esteve em queda, enquanto o IPCA continuava subindo. Esse cenário também foi motivado pela grande quantidade de produtos vindos de exportação que eram cotados em dólar, ou seja, o dólar caiu, e o IGPM também. Caso o dólar tivesse subido, supondo os outros fatores constantes, o IGPM também teria subido.
De toda forma, o IPCA possui uma aderência maior sobre a economia doméstica, afinal, esse funciona como um termômetro dos preços que são consumidos no Brasil. A tendência é subir conforme a economia e o consumo também subam.
Nesse cenário, a FGV desenvolveu o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR). Esse índice foi criado com o objetivo de acompanhar as variações desse mercado, sendo baseado nos fundamentos do mercado imobiliário para que os cálculos sejam feitos.
O IGPM é composto a partir da união de três índices que calculam a inflação: o INCC-M (Índice Nacional de Custo de Construção - Mercado), que abrange os custos com mão de obra, materiais e equipamentos que são utilizados na construção habitacional. Outro índice que compõe o IGPM é o IPA-M (Índice de Preços ao Produto Amplo - Mercado). Esse índice engloba os produtos agropecuários, matérias primas agrícolas e os bens industriais.
O terceiro e último índice que engloba o IGPM é o IPC-M (Índice de Preços do Consumidor - Mercado), que faz referência aos serviços e produtos de consumo comuns das famílias do país.
O IGPM acumulado é a variação em um determinado período. O índice acumulado é calculado a partir da soma das variações percentuais mensais do mesmo ao longo de um período específico, que pode ser de um ano, um semestre, um trimestre, um mês, entre outros.
Por exemplo, se o IGPM variou 1,5% em janeiro, 2,0% em fevereiro e 1,8% em março, o IGPM acumulado no primeiro trimestre do ano será de 5,36%, ou seja, a soma das variações percentuais mensais (1,015 x 1,02 x 1,018 = 1,0536 - 1 = 0,0536 ou 5,36%). E esse percentual acumulado é importante para a análise da inflação ao longo de um período e para o reajuste de contratos que utilizam o IGPM como referência.
Os preços das ações de investimentos também podem ser influenciados a partir desse indicador. O IGPM vai além de um cálculo feito sobre o comportamento dos preços.
Ele também é utilizado como indexador para o reajuste de diferentes serviços que são consumidos todos os dias, como prestadores de serviço de plano de saúde ou mensalidade de escolas, por exemplo., que normalmente fazem reajustes aos consumidores baseando-se nos valores no IGPM acumulado do ano anterior.
Por ser um índice que mede a inflação, ele funciona como um termômetro, medindo a atividade econômica. Normalmente, quanto maior o consumo. O Bacen (Banco Central) é o responsável por acompanhar e projetar as inflações, servindo como um dos parâmetros para a taxa de juros básica, taxa Selic.
Conforme as inflações aumentam, a taxa Selic tende a subir para que o movimento seja contido e as acelerações sejam evitadas, porém, nem sempre é isso que ocorre. As taxas de juros, como vimos, são muito importantes para o mercado, não só para a renda fixa.
O IGPM também influencia nos resultados que as empresas possuem, como, por exemplo, no custo do aluguel. Se a despesa for reajustada 7% no começo do ano, os lucros obtidos serão menores do que os do ano que passou. Com isso, é necessário que a empresa tenha uma receita maior para minimizar os efeitos deste aumento.
Como dissemos, o IGPM é calculado todos os meses pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com a porcentagem final sendo anunciada, ela é utilizada pelo mercado como um norte, para que todos os reajustes de preços sejam feitos.
O cálculo do IGPM leva três variáveis em consideração: o IPA-M (Índice de Preços ao Produtor Amplo), que é o responsável por monitorar as variações do varejo, sendo o mais significativo do cálculo, correspondendo a 60%.
O Índice de Preços ao Consumidor avalia os preços dos setores que possuem maiores impactos sobre o poder de compra dos consumidores, equivalente a 30% do cálculo do IGPM.
Já o Índice Nacional de Custo e Construção é o responsável por avaliar o custo da construção habitacional do país, sendo equivalente a 10% do IGPM.
Tanto o IGPM quanto o IPCA são índices de inflação. O IPCA é considerado um índice mais amplo, pois visa cobrir 90% das famílias que vivem em áreas urbanas. Esse índice é o responsável por medir a inflação de serviços e produtos que são comercializados pelo varejo, se referindo ao consumo da população.
O IPCA também leva em consideração somente os serviços, fazendo uma média de todas as variações, enquanto o IGPM faz o seu cálculo baseado em três índices diferentes: o IPC, IPA e INCC.
Outra diferença entre esses índices é que, enquanto o IPCA trabalha com os preços finais apenas, o IGPM registra todas as etapas que envolvem os preços, desde a produção até as vendas.
No IPCA, cerca de 350 serviços e produtos são acompanhados, e no IGPM, são mais de 1400 itens. Com isso, podemos destacar que o IGPM possui uma variedade maior, fazendo com que essa medição seja mais realista e abrangente sobre a oscilação e variação dos preços.
É importante levar em consideração que o IPCA é focado mais nos serviços e produtos para o consumidor final. Além disso, esse índice também é utilizado pelo Comitê de Política Monetária, com o objetivo de avaliar como a inflação está se comportando sobre a meta, e com isso, aumentar ou diminuir a taxa Selic.
O IGPM é um índice não governamental, por conta disso, não deveria sofrer eventual influência. Isso faz com que ele tenha uma credibilidade maior, justamente por não estar vinculado à necessidade de mascarar como anda a economia, além de estar dentro da meta de inflação.
É válido lembrar que ele não está relacionado à inflação oficial do país mas é confiável e muito importante dentro do mercado financeiro. Ele funciona como um termômetro, sendo utilizado como um ponto de partida para que as aplicações e investimentos sejam medidos.
O IGPM, também conhecido como inflação do aluguel, é utilizado para alterar valores de aluguéis, e a partir disso, os proprietários podem fazer os reajustes. Além disso, a partir desse índice outras tarifas também podem ser reajustadas.
Com isso, caso você saiba acompanhar o índice, é possível se programar para essas alterações nos valores de planos de saúde, aluguel, seguro e outras.
Existem também alguns investimentos que também seguem a mesma variação do IGPM na rentabilidade. Isso significa que as mudanças do IGPM são somadas ao percentual de rendimento fixo da aplicação.
É essencial que o dinheiro consiga render acima da inflação para que o poder de compra seja mantido. Dessa forma, você consegue valorizar de maneira saudável o seu dinheiro aplicado. Essas aplicações híbridas trazem muita vantagem, pois rendem acima da inflação.
Os investimentos de renda fixa utilizam o IGPM em sua rentabilidade, como um indexador. A intenção é parecida com o uso do IPCA, ou seja, o objetivo é manter o poder de compra, afinal, quando os índices sobem, os rendimentos também.
A rentabilidade que está ligada ao IGPM consiste na variação, que é paga, além da taxa fixa. Os ativos que mais utilizam esse índice são Letra de Crédito do Agronegócio, Letra de Crédito Imobiliária, Certificados de Recebíveis do Agronegócio e Certificados de Recebíveis Imobiliários.
Quando falamos sobre renda variável, os Fundos Imobiliários também podem ter sua rentabilidade ligada ao IGPM, caso o investimento seja em LCIs e CRIs. Esse índice possui tendência a ter valor mais alto do que o IPCA, sendo ideal para quem deseja investir a longo prazo.
O IGPM auxilia os investidores que possuem objetivo de proteger o seu poder de compra. Isso acontece porque ele leva em consideração as movimentações dos preços em todo o Brasil, influenciando os investimentos.
Quando o IGPM possui cotação maior, o dinheiro é desvalorizado, pois os preços sobem, mas os rendimentos não sofrem correção conforme a porcentagem da inflação.
Esse índice acaba afetando os investimentos que não possuem proteção contra a moeda desvalorizada. Por conta disso, quem é investidor precisa se atentar sempre com a inflação.
Além disso, é necessário estar por dentro de todas as atualizações que o IGPM sobre, para então, conseguir de alguma maneira prever quais serão as variações do mercado.
Contudo, também faz com que a concessão de crédito crédito fique mais cara, além dos financiamentos serem oferecidos com prazos menores. Ainda assim, é possível que as empresas tenham ativos ligados ao IGPM, mesmo que prefiram o IPCA.
Como dissemos, é importante se atentar à variação do IGPM e suas constantes atualizações, para estar preparado sobre a alteração dos valores que os serviços poderão sofrer.