Por Bruno Andrade
As ações da Tenda (TEND3) disparavam 9,35%, a R$ 13,45, por volta das 14h43min desta quinta-feira (03). A alta acontece após a empresa divulgar o balanço na véspera. A construtora apresentou uma queda de 90% no prejuízo, que encerrou o segundo trimestre em R$ 10,5 milhões.
Ainda assim, os analistas não recomendaram compra para as ações da empresa. Santander e Itaú BBA classificaram o ativo como neutro. Os especialistas do banco espanhol comentaram que parte do resultado foi visto como negativo.
"As provisões por perdas com um dos empreiteiros da empresa, e o crescimento dos custos em R$ 10 milhões, são fatores vistos como negativos para a Tenda", explicaram Fanny Oreng e sua equipe.
Além disso, eles citaram três riscos que o ativo possui caso o investidor opte por aportar na empresa. O primeiro é uma inflação acima da esperada da construção civil, que pode causar um aumento significativo dos materiais de construção.
Os outros dos riscos dizem respeito ao endividamento da empresa e seu aumento de capital. "O crescimento do endividamento da empresa (alavancagem financeira) e um aumento de capital, que pode diluir os acionistas, podem pesar sobre os preços das ações", comentaram Oreng e sua equipe.
Por isso, o Santander acredita que as ações da Tenda podem cair 47,15% até o final de 2023, na comparação com o fechamento de quarta-feira (02). Os analistas calculam que a ação deve encerrar o ano cotada a R$ 6,50.
O Itaú compartilha da mesma ideia e possui os mesmos receios do Santander. Os analistas calculam que a ação deve encerrar o ano a R$ 9, baixa de 26,8% na comparação com o fechamento e de quarta-feira (02).
Já o analista do TC Matrix, Malek Zein, tem um olhar ao lado da reação do mercado. Ele comenta disse acreditar que o resultado ainda emitiu alguns sinais positivos, como a geração de caixa. "O balanço da Tenda até teve pontos positivos, principalmente a geração de caixa", disse Zein ao Faria Lima Journal (FLJ).
Os números reportados deixaram boa parte do mercado animado com a possibilidade de a empresa voltar a gerar lucro já nos próximos trimestres. "A margem bruta segue a trajetória de evolução e tudo em indica que, em breve, veremos uma retomada dos resultados positivos", explicou Zein.