Por: Artur Horta
A Suzano (SUZB3) reportou resultados próximo das expectativas do mercado no primeiro trimestre de 2023, com retração na comparação anual e trimestral, em função de menores preços da celulose, enquanto elevou a previsão de desembolsos para conclusão do Projeto Cerrado, refletindo a correção monetária de contratos e investimentos adicionais para maior eficiência.
De acordo com balanço divulgado nesta quinta-feira, a maior produtora de celulose de eucalipto do mundo registrou lucro líquido de R$5,24 bilhões, acima do consenso Mover de R$4,76 bilhões. O resultado representa uma queda de 49% na base anual e de 30% ante o trimestre anterior.
“O contexto macroeconômico e os fundamentos do mercado de celulose mais desafiadores pressionaram a receita do trimestre. A queda do preço e dos volumes vendidos de celulose em relação ao trimestre anterior resultaram na redução do EBITDA ajustado neste segmento, na comparação com o quarto trimestre de 2022”, disse a produtora de papel e celulose da família Feffer.
Entre janeiro e março, a receita líquida da Suzano foi de R$11,28 bilhões, recuo de 22% ante os três meses anteriores e um pouco abaixo do consenso de R$11,60 milhões. Já o lucro operacional aferido pelo EBITDA ajustado foi de R$6,16 bilhões, queda de 25% na mesma base de comparação e praticamente em linha com a estimativa de analistas, de R$6,26 bilhões.
O menor preço da celulose observado no período deve-se principalmente à expectativa de uma maior oferta neste ano.
“Ainda que o volume oriundo dos novos projetos na América do Sul não estivesse fisicamente disponível nos mercados finais, a perspectiva de sua disponibilidade no curto prazo impactou o ambiente de negócios, sobretudo na China”, ressaltou a companhia.
Em paralelo à divulgação de resultados, a Suzano revisou o investimento de capital relativo à plena execução do Projeto Cerrado, de R$19,3 bilhões para R$22,2 bilhões, dos quais R$15,9 bilhões referem-se ao CAPEX industrial e R$6,3 bilhões são relativos a investimentos florestais, logísticos e outros, segundo comunicado.
A companhia manteve a projeção de desembolsos para o projeto neste ano em R$8,9 bilhões, mas elevou a estimativa de 2024 de R$2,2 bilhões para R$5,1 bilhões. A projeção considera a correção de contratos pela inflação e “investimentos adicionais que visam maior eficiência econômica da nova planta e a minimização de riscos operacionais”, disse.
No final de março, o Projeto Cerrado atingiu 57% de progresso físico e 43% de progresso financeiro. A planta deve adicionar uma capacidade acima de 2,5 milhões de toneladas anuais de celulose à companhia a partir de 2024.