Por Reuters
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) formaram nesta quinta-feira maioria para condenar o ex-presidente da República e ex-senador Fernando Collor de Mello à prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção em uma ação que foi desdobramento da extinta Operação Lava Jato.
Até o momento, seis ministros já votaram para considerar Collor culpado sob a acusação de receber, segundo denúncia do Ministério Público Federal, 29,9 milhões de reais em propina por negócios da antiga BR Distribuidora, atual Vibra Energia (VBBR3). A empresa pertencia a Petrobras (PETR4), mas foi privatizada na gestão Bolsonaro.
O relator da ação, ministro Edson Fachin, votou pela condenação do ex-presidente a 33 anos de prisão, sendo acompanhado integralmente pelos ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Cármen Lúcia e parcialmente por André Mendonça --que, ao contrário dos demais, foi contrário à condenação também pelo crime de organização criminosa.
Somente o ministro Nunes Marques divergiu dos votantes e absolveu os réus na ação penal.
Penas acima de oito anos devem ser cumpridas em regime fechada, mas os ministros ainda não deliberaram sobre a execução da pena do ex-presidente. O julgamento foi suspenso e deve ser retomado na próxima quarta-feira. Ainda não votaram os ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e a presidente do STF, Rosa Weber.
A reportagem não localizou de imediato o ex-presidente.
Collor foi o primeiro presidente brasileiro a deixar o cargo por um processo de impeachment e em 2022 não conseguiu a reeleição para mais um mandato no Senado. Ele foi aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro.