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Por Luciano Costa
As ações da Sequoia (SEQL3) despencavam na bolsa nesta terça-feira, após o anúncio de uma operação de aumento de capital que buscará levantar até R$100 milhões e poderá diluir significativamente os atuais acionistas da empresa de soluções de logística, segundo analistas de bancos ouvidos pela Mover.
A Sequoia anunciou na noite de segunda-feira a intenção de levantar de R$50 milhões a R$100 milhões com a emissão de novas ações ordinárias, que seriam negociadas a R$1,50 cada, com desconto de 16% sobre o preço de fechamento do pregão anterior. Hoje, por volta de 13h29, os papéis da empresa derretiam 11,8% na B3, a R$1,57 cada, tocando mínimas históricas.
A depender do resultado do aumento de capital, investidores que hoje detém ações da Sequoia poderiam ser diluídos de 24% a 47%, estimou a equipe de analistas do BTG Pactual, liderada por Lucas Marquiori.
"Apesar da diluição significativa do equity, a injeção de capital ajuda a reduzir os problemas de liquidez de curto prazo da empresa, permitindo que a Sequoia melhore a capacidade de alocação de capital e se posicione melhor para a nova realidade no setor de comércio eletrônico", escreveram, em relatório.
O time do Santander Investment, liderado por Lucas Barbosa, também avaliou que a transação resolverá problemas de liquidez da companhia no curto prazo, reduzindo a alavancagem em de 0,3 vez a 0,5 vez, para entre 1,5 vez e 1,7 vez, se considerada a relação entre dívida líquida e EBITDA.
"Hora de virar a página", comentaram os analistas do Santander, embora destacando que é preciso esperar para ver em qual velocidade irão avançar os planos de reestruturação da empresa.
A Sequoia disse que já recebeu compromissos formais de acionistas sobre a participação no aumento de capital, incluindo de veículos de investimentos ligados ao presidente da companhia e do conselho, Armando Marchesan Neto.
Na avaliação do BTG, participar da operação será atraente para os acionistas devido ao desconto oferecido nos papéis e ao baixo volume da capitalização, que terá como contrapartida a melhoria na liquidez da empresa e o fortalecimento do balanço.
O time do TC Matrix, liderado pelo analista Arlindo Souza, tem visão mais negativa, e recomenda a investidores que não participem do aumento de capital, vendendo os direitos de subscrição a terceiros.
"A oferta atual traria apenas um alívio momentâneo ao balanço da Sequoia, fazendo com que a companhia demandasse ainda mais capital a curto ou médio prazo", opinou Souza.
O analista do TC Matrix cortou a recomendação para os papéis da Sequoia, de "compra" para "neutra", projetando ainda que o preço-alvo dos papéis cairá dos atuais R$9 por ação para R$6 após a conclusão do aumento de capital.
Com endividamento de R$602 milhões no final de 2022, a Sequoia tem sofrido com o cenário de juros elevados no Brasil e a desaceleração da economia. As ações da empresa acumulam perdas de mais de 48% em 2023, e de 85% em 12 meses, levando o valor de mercado da companhia a R$505 milhões.
"Com o cenário de juros mais altos se prolongado por mais tempo, a curto prazo, boa parte da geração de caixa da Sequoia deve ser consumida pelos juros da dívida, tendo a empresa pouco espaço para a geração de caixa livre para o acionista, o que implica em baixo desempenho esperado para as ações no curto prazo", apontou Souza, do TC Matrix.
A empresa de logística abriu capital na bolsa em outubro de 2020, negociando ações por R$12,40 cada.
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