Por Bruno Andrade
"Os juros altos ou baixos são sempre consequências da economia, se nós temos problemas, os juros refletem esses problemas", disse o Presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Isaac Sidney, nesta terça-feira (27) em entrevista coletiva após o painel de abertura da FebrabanTech.
O líder da entidade também comentou que custo do crédito está elevado e será necessário um empenho muito além de um mero esforço para diminuir os valores atuais. "Nos precisamos baratear o custo do crédito, para isso não é necessário só força de vontade, precisamos atacar as causas", disse.
Ele citou que o desequilíbrio fiscal pode ser uma das causas e reconheceu que o avanço do arcabouço fiscal é um fator que pode aliviar essa tensão.
"O Brasil precisa voltar a ter uma trajetória sustentável de sua dívida, isso é uma ferramenta importante para a política monetária, que precisa estar harmonizada com a política fiscal. E nós reconhecemos os esforços do governo, principalmente na aprovação do arcabouço fiscal", disse.
As falas aconteceram poucas horas após o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) publicar em sua ata que a maioria dos integrantes enxergam a possibilidade de corte de juros na próxima reunião de agosto.
"A avaliação predominante foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião", diz a ata.
O evento, realizado na cidade de São Paulo, também contou com a presença do presidente do Itaú (ITUB4), Milton Maluhy Filho; do presidente do Bradesco (BBDC4), Octavio de Lazari; e da presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Rita Serrano.
O presidente do Itaú comentou que o país está em uma grande janela de oportunidades, como por exemplo, as reformas econômicas que estão sendo discutidas no Congresso. "A Reforma tributária é super importante, estamos às vésperas da aprovação da proposta no Congresso, que tem aprimoramentos que devem ser realizados", disse Maluhy Filho.
O Faria Lima Journal (FLJ) questionou o presidente do Itaú sobre quais seriam os aprimoramentos necessários na Reforma Tributária, mas Maluhy Filho disse que não comentaria o assunto.
Por fim, o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, comentou que os custos das empresas brasileiras são elevados e que a reforma tributária pode ser um grande alívio para o setor privado.
"O custo das companhias também refletem no custo Brasil, por isso, a aprovação do arcabouço fiscal e da reforma tributaria será fundamental para voltarmos para esse mapa de investimento", conclui.