Por Stéfanie Rigamonti
Em relatório divulgado nesta quinta-feira, o Ministério da Fazenda informou que espera um crescimento modesto para a economia brasileira neste ano, após analisar os dados do Produto Interno Bruto do quarto trimestre de 2022. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o PIB desacelerou de 5,0% em 2021 para 2,9% no ano passado.
Segundo a Fazenda, a desaceleração no ritmo de crescimento da economia brasileira no ano passado reflete a reduzida liquidez no ambiente externo e a política monetária contracionista no cenário doméstico. "O aumento dos juros somado à inadimplência crescente dificultou a tomada de crédito e os investimentos produtivos, levando à retração da atividade industrial e da FBCF [Formação Bruta de Capital Fixo]", avaliou a pasta.
Na nota, a Fazenda informou que a política monetária contracionista é o grande vetor negativo para o crescimento econômico brasileiro deste ano, assim como o arrefecimento da atividade no ambiente externo. Entre os fatores que devem contribuir positivamente para o PIB brasileiro nos primeiros meses de 2023, a Fazenda destacou a dinâmica positiva do mercado de trabalho e a valorização real do salário mínimo, além do aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda.
Para o ministério, o Brasil deve ter uma recuperação da atividade econômica na margem neste ano, com destaque para a estimativa de crescimento de 14,7% para produção de grãos em 2023. Segundo a pasta, efeito do carregamento estatístico, ou "carry over", de 2022 para 2023 deve ser de apenas 0,2%.