Por: Bruno Andrade
A MRV (MRVE3) reportou uma prévia operacional ligeiramente positiva no terceiro trimestre, com as vendas líquidas recordes sendo parcialmente compensadas pelo consumo de caixa da Resia, que atua em locação de imóveis nos Estados Unidos, disse a XP Investimentos em relatório publicado na noite de terça-feira.
“Os números reforçam o sólido momento de demanda para o segmento de baixa renda após as atualizações do Minha Casa Minha Vida. Assim, vemos esses dados como uma leitura positiva para o reconhecimento de receita no futuro”, escreveram Ygor Altero e Ruan Argenton.
A MRV reportou R$2,2 bilhões em vendas líquidas no terceiro trimestre, alta de 54,5% na base anual, segundo documento enviado ao mercado. “Os números foram ligeiramente positivos”, afirmaram os analistas, destacando as vendas líquidas recordes apresentadas no acumulado do ano, de R$6,24 bilhões.
Todavia, eles alertaram que a prévia mostrou um forte consumo de caixa, o que ofuscou parte do brilho dos números apresentados. A empresa teve uma queima de caixa de R$635 milhões, quatro vezes maior que os R$145 milhões queimados no trimestre anterior.
O número foi puxado pela menor quantidade de vendas na Resia, que queimou R$443 milhões de caixa entre julho e setembro, contra R$71 milhões no segundo trimestre.
“A MRV reforçou que a venda do projeto Biscayne Drive deve ocorrer no quarto trimestre, o que pode ser positivo em termos de geração de caixa. No entanto, acreditamos que o cenário ainda desafiador das taxas de juros nos EUA deve impactar a visibilidade da reciclagem do portfólio multifamiliar”, afirmaram Altero e Argenton.
Ainda assim, a XP está otimista com o papel, pois acredita que o ativo está sendo negociado a um “valuation” atrativo de 0,7 vezes a relação preço sobre valor patrimonial estimada para 2024. Altero e Argenton recomendam “compra” para as ações ordinárias da MRV, com preço-alvo de R$17,00, uma potencial alta de 84,2% na comparação com o fechamento de terça-feira.