Por Bruno Andrade
A Oi (OIBR3) reportou um prejuízo líquido de R$ 19,2 bilhões no acumulado de 2022, piora de 85% na comparação com o prejuízo de R$ 10,4 bilhões de 2021. A informação foi divulgada em documento enviado ao mercado nesta segunda-feira (22).
Somente no quarto trimestre, o prejuízo ficou R$ 17,6 bilhões, uma piora de 396,3% na comparação com o mesmo período de 2021. O consenso Refinitiv apontava para prejuízo líquido de R$ 885,2 milhões no período.
O Ebitda, que mede o resultado operacional, ficou em R$ 5,2 bilhões, uma reversão do Ebitda positivo de R$ 3,2 bilhões de 2021. No quarto trimestre, o Ebitda ficou negativo em R$ 15,1 bilhões, piora de 1161,7%, que foi puxada por três fatores.
A receita líquida no acumulado de 2022 recuou 29,5% para R$ 12,9 bilhões.
"O resultado foi influenciado pela redução das receitas de operações descontinuadas, após a conclusão das alienações total da UPI Ativos Móveis e parcial da UPI InfraCo, conforme previsto no Plano Estratégico de Transformação da companhia", disse a Oi.
O fluxo de caixa operacional da Oi fechou 2022 negativo em R$ 1,6 bilhão, redução de 22,5%.
Para Virgílio Lage, especialista da Valor Investimentos, o consenso de mercado recomenda que o investidor deve vender ou se manter neutro em relação aos ativos da Oi. "O fato de a empresa estar em recuperação judicial e ter um grande caminho para sair dessa situação deixa o ativo classificado como alto risco, o que indica que o investidor deve passar longe do papel", disse.
Ele comenta que a má gestão da empresa nos últimos anos deixou a companhia nessa situação. "A empresa pegou muitos empréstimos no BNDES e depois comprou a Brasil Telecom, que também possuía muitas dívidas, o que complicou a situação", explicou Virgílio Lage.
Por fim, ele comenta que a falta de geração de caixa foi a pá de cal sobre a companhia, o que deu os últimos indícios de que a empresa não é uma boa opção para o investidor." Sem gerar caixa, as dívidas viraram uma bola de neve e isso deixou a Oi em maus lençóis", comentou.