Por Márcio Aith e Beatriz Lauerti
O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, piorou sua relação com o colega de ministério Fernando Haddad no seminário organizado na sede do banco, no Rio de Janeiro, na última segunda-feira. Em uma alusão clara a Haddad, com quem andou se atritando, ele disse que "não tem intenção de competir, mas não abre mão de opinar nas decisões da pasta", afirmou em pronunciamento realizado no evento.
Mercadante declarou apoio à equipe econômica do governo e à nova regra fiscal, mas defendeu a participação do banco de fomento em discussões do governo sobre reindustrialização, desenvolvimento sustentável e tecnologia, por exemplo.
“O BNDES vai debater, investir e impulsionar o crescimento do país. Não adianta tentar inibir o BNDES, porque não vão conseguir. Não vai ter censura”, disse.
Mercadante também negou as acusações e ressaltou que não pretende tomar o cargo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Além disso, o ex-ministro destacou a necessidade de uma redução de juros “para estimular a economia, com um acesso flexível ao crédito”, e pediu a renovação do Programa Emergencial de Acesso a Crédito, criado na pandemia e voltado para micro e pequenas empresas.
A expectativa do mercado é que o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central do Brasil, mantenha a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% após as reuniões que ocorrem nesta semana.
Apesar disso, o governo petista se mostra resistente à ideia, em linha com os argumentos de Mercadante sobre o acesso ao crédito e o crescimento da economia nacional.