Por: Artur Horta
A Marisa Lojas (AMAR3), uma das maiores redes de moda feminina do Brasil, concluiu uma série de ações dentro do seu plano de reestruturação, como o fechamento de unidades improdutivas, iniciativas para redução das despesas e renegociação com fornecedores.
Segundo fato relevante divulgado nesta segunda-feira, a empresa optou por fechar 88 lojas, de uma previsão inicial de 92 no segundo trimestre de 2023. A medida visa “a preservação de pontos em que foram identificadas melhorias que deverão resultar em maior eficiência operacional”, disse a varejista.
A companhia desembolsou R$44,5 milhões para fechar as unidades e espera uma captura nos lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA na sigla em inglês) de aproximadamente R$40 milhões em 2023 e R$60 milhões anuais a partir de 2024.
No comunicado, a Marisa informou ainda que a conclusão da primeira parte do processo de redução das despesas gerais e administrativas viabiliza uma geração extra de caixa na ordem de R$35 milhões ao ano, e que a otimização de serviços de terceiros e outras despesas deve gerar uma economia adicional de pelo menos R$10 milhões anuais.
Em relação aos fornecedores, a varejista afirmou que a renegociação de dívidas atingiu aproximadamente 90% do total e 97% dos parceiros de revendo. “Em termos de renegociações de aluguéis, ultrapassamos a marca de 80% de novos acordos com os proprietários de imóveis”, acrescentou.
O plano de reestruturação, tocado junto ao BR Partners e a Galeazzi Associados, visa levar a Marisa uma solução definitiva para as crises que tem convivido desde o início da década passada. A situação da varejista foi agravada pelas recessões em 2015 e 2016, pela pandemia da Covid-19 e mais recentemente pelo alto patamar da taxa de juros.
No primeiro trimestre, a empresa reportou um prejuízo líquido de R$148,9 milhões, 64,2% maior em relação ao mesmo período de 2022.
As ações ordinárias da Marisa encerraram o pregão de sexta-feira em queda de 1,25% na B3, cotadas a R$0,79. No acumulado do ano, os papéis caem 36,80%.