Por Fabricio Julião e Luana Franzão
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve acelerar para 0,25% em agosto, segundo o TC Consenso. Economistas consultados pela Mover destacaram que combustíveis e energia elétrica devem ser os principais contribuidores no desempenho do indicador, que registrou inflação de 0,12% em julho e deflação de 0,36% em agosto de 2022.
“Os principais destaques de alta serão gasolina e energia elétrica. Em contrapartida, devemos ter a parte de alimentação bem negativa, assim como vestuário, devido às promoções de inverno e primavera”, afirmou o coordenador de preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre), André Braz.
Segundo o analista e integrante do time de estratégia macro da BGC Liquidez, Rafael Costa, o segmento de energia elétrica residencial deverá subir 4% no índice devido ao aumento nos preços das contas de luz, após os descontos temporários em julho, quando foi contabilizado o bônus de Itaipu. Já a gasolina deve variar 1%, de acordo com o analista, em razão dos reajustes recentes anunciados pela Petrobras.
“Esperamos uma inflação atipicamente elevada para o item ‘automóvel novo’, que ainda reflete o ‘rebote’ de alta do fim do programa de descontos para carros populares. Mas ainda há incerteza para esse item devido à alta volatilidade das variações desde o início do programa”, afirmou.
Os especialistas ouvidos pela Mover esperam que o IPCA feche 2023 em 4,90% – levemente acima do teto da meta de inflação para o ano. No entanto, segundo Braz, o ritmo dos preços do grupo de alimentação pode fazer com que o indicador fique dentro do intervalo de tolerância, a depender do patamar registrado amanhã.
"Eu acredito que amanhã tenhamos deflação em alimentação de 0,91%, o que torna minha projeção abaixo da do mercado. Com isso, é possível que o IPCA fique dentro do intervalo de tolerância da meta neste ano, pois os alimentos estão favorecendo este cenário no momento", destacou Braz, da FGV-Ibre.
Para 2024, a mediana do TC Consenso aponta para que o indicador encerre o ano em 3,90%, mais próximo ao alvo estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de 3%.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará o IPCA de agosto amanhã, às 9h.
Esta reportagem foi publicada primeiro no Scoop, às 15H38, exclusivamente aos assinantes do TC. Para receber conteúdos como esse em primeira mão, assine um dos planos do TC.