Por: Luciano Costa
A Equatorial Energia tem se tornado a principal aposta de alguns analistas entre as ações de empresas do setor elétrico, após sinalizações positivas para revisões de tarifas da companhia, e com a Eletrobras frustrando expectativas mais otimistas do mercado após sua privatização, segundo bancos de investimento e gestoras.
A equipe do BTG Pactual reiterou hoje a recomendação de “compra” para os papéis da Equatorial e elevou o preço-alvo para o final do ano de R$35 para R$37, voltando a colocar a empresa como a favorita entre pares na indústria de eletricidade do Brasil.
A Equatorial também foi colocada como principal escolha setorial pelo Itaú BBA, que tem o mesmo preço-alvo de R$37 para os papéis, segundo relatório de 31 de agosto que também destacou os resultados positivos da empresa no segundo trimestre.
Na gestora Perfin, a Equatorial está ao lado da Eletrobras como a principal aposta entre empresas de energia no momento, disse o gestor Alexandre Sabanai, durante participação na TC News ontem.
"Na Equatorial havia um pouco de incerteza em relação ao possível reajuste que ia vir para a tarifa da Cepisa, e veio bem. A ação tinha sofrido um pouco e aproveitamos para aumentar bem nossa posição ali por perto dos R$31 por ação", afirmou Sabanai.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sugeriu aumento médio de 20,65% nas tarifas da Equatorial Piauí. Para a Equatorial Amapá, as contas de luz devem subir em média 44%. As propostas estão em fase de audiência pública antes de uma decisão final da agência.
Antes, a maior parte dos bancos e analistas colocava a Eletrobras como preferida, mas a balança pendeu para o lado da Equatorial em meio à forte pressão do governo federal para ampliar sua participação em decisões da ex-estatal, na qual a União ainda tem 40% das ações. A disputa, discutida em ação no Supremo Tribunal Federal, tem pesado sobre as ações da maior elétrica da América Latina.
Os papéis ON da Eletrobras acumulam perdas de 19,77% em 12 meses e de 12,4% desde o início do ano, sendo negociados hoje na B3 perto de R$36, contra R$42 atingidos na época da privatização, em meados de 2022.
Na Equatorial, por outro lado, a equipe do Itaú BBA destacou o bom momento dos resultados, bem como o histórico de bons investimentos da companhia e gatilhos de curto prazo que devem impulsionar os papéis.
O Bank of America também tem visão positiva para a Equatorial – ainda em julho, o banco elevou o preço-alvo dos papéis da empresa de R$39 para R$44, destacando que o fim de discussões sobre renovação de concessões no terceiro trimestre deve impulsionar o setor, e citando ainda oportunidades de fusões e aquisições.