Por: Fabricio Julião
O dólar e as taxas de contratos de juros futuros no Brasil operam perto da estabilidade nos primeiros negócios desta segunda-feira, com leve inclinação de baixa. Agentes financeiros digerem as novas projeções do boletim Focus nesta manhã, enquanto aguardam as falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e os desdobramentos da agenda econômica em Brasília.
Por volta de 9h25, o dólar à vista subia 0,02%, a R$4,8728, enquanto o dólar futuro recuava 0,02%, a R$4,878.
A moeda americana tinha desempenho sem direção definida no exterior, com poucas variações diante de seus pares. Em uma cesta de 22 moedas acompanhada pela Mover, o dólar ganhava terreno frente a 13. O Índice DXY recuava 0,07% no mesmo horário, aos 104.116 pontos.
Os DIs com vencimentos em jan/24 e jan/25 subiam 0,5 e 1,5 ponto-base, respectivamente, a 12,41% e 10,53%. Já os vértices para jan/27 e jan/31 aceleravam 1,5 pb e 3,0 pbs, na mesma ordem, a 10,21% e 11,03%.
Em dia de agenda mais vazia no exterior, as atenções estão voltadas para o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que palestra em evento da Warren, em São Paulo, às 14h. O evento será importante sobretudo após declarações de Campos Neto na semana passada, quando sinalizou que o BC não deve acelerar a magnitude dos cortes da Selic.
Investidores digerem ainda as revisões dos economistas consultados pelo BC para o boletim Focus, que não apresentou alterações em relação à taxa Selic, mas aumentou a projeção da taxa de câmbio e da inflação. O dólar para este ano passou de R$4,95 para R$4,98, enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 3,86% para 3,87% no ano que vem. Já o Produto Interno Bruto (PIB) foi de 2,29% para 2,31% em 2023.
Nesta semana, devem movimentar Brasília a votação do Projeto de Lei que retoma o voto de qualidade do Carf e o envio do Projeto de Lei Orçamentária Anual ao Congresso. Também está na pauta o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e o ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, para discutir garantias em yuan, a moeda da China, para as exportações brasileiras. Segundo Haddad, a proposta tem o apoio do Banco do Brasil e o aval do Tesouro Nacional.