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Por: Bruno Andrade
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) indeferiu o pedido da REAG Investimentos para adiar a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da GetNinjas convocada para o dia 23 de outubro, segundo fato relevante divulgado pela companhia nesta sexta-feira.
A decisão acontece em meio a uma disputa entre a diretoria da GetNinjas e a gestora, que se tornou a maior acionista da plataforma de contratação de serviços. A REAG discorda da proposta de redução de capital de R$223,5 milhões, feita no final de setembro, e queria adiar a assembleia em que a matéria seria votada.
“O fato é que a insatisfação da REAG com a gestão interna da GetNinjas já é de conhecimento da companhia. As condutas e comportamentos dos últimos dias, como visto, apenas comprovam essa certeza, a REAG já se posicionou, de maneira contrária e fundamentada, à redução do capital social e, nesta linha, pretende votar de forma contrária à proposta na AGE”, disse a companhia.
O valor da redução de capital era praticamente a mesma quantia do valor de mercado da GetNinjas na época do anúncio. A proposta é devolver parte do dinheiro levantado no IPO, já que a mesma desistiu de fazer os investimentos e aquisições planejados inicialmente.
No entanto, a REAG acredita que a empresa deve usar o dinheiro em caixa para crescer de forma exponencial e sustentável. Para defender sua ideia, a gestora comprou ações da GetNinjas até superar o limite do chamado “poison pill”, de 25% do capital social, e deverá fazer uma oferta pública de aquisição (OPA) para fechar o capital da empresa, como manda o estatuto.
A proposta da REAG é ter mais poder de voto na assembleia do próximo dia 23.
Do outro lado, o fundador e CEO da GetNinjas, Eduardo L’Hotellier, aumentou sua participação acionária de 18% para 20%, na tentativa de evitar um grande avanço da REAG.
“A companhia refuta as inverídicas ilações feitas pela REAG em sua notificação, reiterando que sua administração vem atuando em estrita observância a seus deveres fiduciários”, disse a GetNinjas em resposta ao pedido da gestora.
Após a decisão da CVM, a definição dessa disputa está marcada para o dia 23 de outubro. Além da participação da REAG e de L’Hotellier, há mais 55% de ações com direito a voto.
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