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Economia
Publicado em
13/9/23 19:37

Crescem apostas sobre aumento do ritmo de corte da Selic; por quê?

Copom ainda tem três reuniões até o final do ano
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Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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Por Fabricio Julião

Apostas na aceleração do ritmo de cortes da Selic em 2023 vem ganhando força no mercado, após sinais de alívio dos preços monitorados pelo Banco Central.  O Comitê de Política Monetária do BC (Copom) se reunirá mais três vezes até o fim do ano – na próxima semana, entre 19 e 20 de setembro, entre 31 de outubro e 1 de novembro e entre 12 e 13 de dezembro. 

Segundo as probabilidades indicadas pelas negociações de opções de Copom na B3 desta quarta-feira, há 41% de chance de uma redução de 75 pontos-base na taxa básica de juros na reunião de dezembro, contra 42% de diminuição de 50 pontos-base. 

Essa última, que era a hipótese majoritária há alguns dias, caiu rapidamente desde a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ontem. Ainda começaram a crescer as chances de cortes de 100 pbs, com 11,5% de probabilidade. 

Economistas consultados pela Mover disseram que, embora improvável que a reunião da semana que vem traga surpresas, pode haver mudanças na trajetória dos juros nos dois últimos encontros. 

“A hipótese de corte de 75 pbs ganhou força devido à leitura de parte do mercado sobre os preços dos serviços ontem no IPCA. No entanto, o petróleo tem contaminado as expectativas de inflação, atingindo a máxima do ano com novos anúncios de cortes de produção”, afirmou o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala.

O petróleo Brent futuro é negociado nesta manhã em Chicago a US$92 o barril – no maior patamar desde novembro do ano passado. A alta do petróleo ocasionou o reajuste da Petrobras sobre os preços dos combustíveis no mês passado, o que impulsionou o IPCA de agosto. 

Para a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, o crescimento menor que o esperado do IPCA retomou a discussão acerca do patamar da Selic neste ano. O fator preponderante, na visão da especialista, foi a desaceleração dos preços do setor de Serviços – um dos mais importantes para a condução da política monetária. 

“Até o fim da semana passada parecia remota essa possibilidade, mas para dezembro ou até mesmo novembro ela pode ser considerada agora”, afirma Abdelmalack. “O Banco Central colocou como condição para aumentar o corte uma desaceleração da inflação de serviços, o que foi visto no último IPCA. Caso essa tendência se consolide, é possível que haja uma aceleração no ritmo de cortes.” 

O andamento da agenda econômica também pode ser um propulsor para a aceleração do ritmo de arrefecimento monetário. 

Um dos fatores de maior preocupação é a capacidade de o governo cumprir a meta de zerar o déficit primário em 2024. Se medidas de arrecadação avançarem no Congresso, assim como a Reforma Tributária, o BC pode se sentir mais confiante para acelerar os cortes. 

“Creio que poderá haver uma surpresa no fim do ano se a questão fiscal se mostrar pertinente. Caso até lá haja novas sinalizações factíveis sobre o cumprimento das metas fiscais, a apresentação de um pacote tributário consistente e menores ruídos vindos do governo, pode ser possível o Banco Central mudar a trajetória", afirmou o economista-chefe da Mirae Asset, Julio Netto. 

Apesar de aventarem a possibilidade de maiores cortes na Selic ainda em 2023, os três economistas mantêm as projeções em reduções de 50 pontos-base na taxa básica de juros até o fim do ano.

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