Por: Ana Luiza Serrão
As ações da MRV (MRVE3) ocupavam as maiores quedas entre as empresas do Índice Bovespa nesta quarta-feira, após a construtora registrar uma queima de caixa maior do que o esperado no terceiro trimestre.
Por volta das 12h23, os papéis ordinários da maior construtora residencial da América Latina caíam 9,10%, a R$8,39, enquanto o Índice Imobiliário da B3 recuava 3,34%, a 793,79 pontos. Apesar da forte queda, os ativos da MRV negociados na B3 sobem 10,39% neste ano.
A queima de caixa consolidada das unidades da MRV ficou próxima dos R$635 milhões, de acordo com a prévia operacional do segundo trimestre, divulgada ontem. Dessa queima, mais de R$400 milhões foram incinerados pela Resia, divisão da MRV que atua com locação de imóveis nos Estados Unidos. O cenário de juros altos está levando alguns analistas a ficarem céticos sobre uma eventual recuperação da divisão americana da companhia comandada por Rubens Menin.
Já o consumo de caixa exclusivo da MRV ficou em R$44 milhões, ligeiramente abaixo do ponto de equilíbrio esperado pelos analistas do Itaú BBA, mas nada preocupante. Na visão da equipe do TC Matrix, por exemplo, essa queima de caixa deve se aproximar da estabilidade. "A operação brasileira está apresentando fortes melhoras trimestre a trimestre, enquanto as demais atividades continuam patinando", escreveu o analista Malek Zein em relatório do TC Matrix divulgado hoje para assinantes.
O valor geral de vendas (VGV) em lançamentos da companhia, de R$1,8 bilhão, atingiu um patamar visto como saudável por analistas, com avanço de 2,9% na base anual. No período, as vendas líquidas ficaram em R$2,2 bilhões, alta de 54,5% em comparação a igual período de 2022.
A velocidade de vendas atingiu 30,4% no terceiro trimestre, valorizando 12 pontos percentuais no ano a ano. "Uma evolução substancial considerando o patamar baixo de lançamentos", estima o TC Matrix.