Por Reuters
Os licenciamentos de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus em junho subiram 6,46% ante mesmo período no ano passado, para 189.528 unidades, segundo dados divulgados nesta terça-feira (4) pela associação de concessionárias, a Fenabrave. Na comparação com maio, os emplacamentos subiram 7,39%, de acordo com a entidade, enquanto o acumulado dos primeiros seis meses do ano ficou em 998.270 unidades, alta de 8,76% em relação ao primeiro semestre de 2022.
O aumento vem na esteira do programa de incentivo ao setor automotivo do governo federal, lançado no início de junho, que oferece descontos para compra de veículos novos.
As vendas de carros e comerciais leves, segmento formado por picapes, utilitários esportivos (SUVs) e vans, subiram 8,61% ante junho do ano passado, para 179.691 unidades. Os licenciamentos de caminhões, contudo, recuaram 28,86% na mesma comparação, e os de ônibus cresceram 22,18%, a 2.115 unidades.
O resultado negativo para as frotas de caminhões, segundo executivos da Fenabrave, é uma combinação de fatores como compras antecipadas devido à transição de tecnologia, da Euro 5 para a Euro 6, uma indústria fraca e juros ainda elevados.
Os números de junho vêm após as vendas caírem 5,6% em maio na base anual, quando a entidade citou dificuldades com financiamento e renda disponível dos consumidores.
Para impulsionar o setor automotivo, o governo começou a disponibilizar subsídios. Inicialmente, eram 500 milhões de reais em bônus para descontos na compra de carros, 700 milhões de reais para caminhões e 300 milhões de reais para ônibus.
No final de junho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou uma medida provisória ampliando para 800 milhões de reais os subsídios para a compra de carros de até 120 mil reais.
O programa, considerado um "sucesso" pelo presidente da entidade, José Maurício Andreta Júnior, permanece em vigor até os créditos tributários se esgotarem.
"Foi um resultado muito positivo", disse Andreta Júnior em coletiva de imprensa. "No nosso entender, o 'coração voltou a bater', agora precisamos dar sequência a esse trabalho."
Segundo executivos, a medida do governo é algo emergencial e o próximo passo é definir quais serão as alternativas a serem tomadas visando o longo prazo.
"Nós estamos trabalhando, como cidadãos, como entidade responsável, em um projeto que tenha uma política industrial sustentável para o Brasil", disse o diretor-executivo da Fenabrave, Marcelo Franciulli.
"A gente vai discutir com o governo, nós, Anfavea, todo mundo aqui ... montadoras, para se criar um novo projeto ou ampliar esse aqui, vamos ver o que vai acontecer", complementou Andreta Júnior.
A Fenabrave manteve as previsões para 2023, com expectativa de vendas de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus em 2,1 milhões de unidades. Incluindo motos e implementos rodoviários, a previsão é de 3,6 milhões de unidades.