Por Erick Matheus Nery
São Paulo torna-se a capital mundial da música nos próximos dias com a estreia do The Town, festival produzido pelos mesmos criadores do Rock in Rio. Além dos shows e ativações no Autódromo de Interlagos, a iniciativa tem o potencial de movimentar R$ 1,7 bilhão na economia paulista.
A projeção foi feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e apresentada ao Faria Lima Journal (FLJ) por Luis Justo, CEO da Rock World, empresa que organiza tanto o The Town como o Rock in Rio.
“Esse é o maior impacto econômico já visto na capital, além de gerar quase 20 mil empregos. Temos ingressos vendidos para todos os Estados do país. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo, em setembro do ano passado, a ocupação média foi de 60% dos hotéis sediados na capital. Para este ano, a expectativa é que esse número suba para 85,5%, ou seja, acréscimo de 25,5%”, detalha Justo ao FLJ.
O executivo conta que a empresa tinha um sonho antigo de fazer um festival em terras paulistas, mas que não fazia sentido levar o Rock in Rio para o Estado vizinho: “É um festival com a cara do Rio, que teve sua marca transportada e adaptada para outros países, mas não dialogava com São Paulo”.
“Precisávamos de um festival que fosse a cara da maior capital do país, com toda sua efervescência cultural, sua gastronomia, artes visuais e, claro, música. Neste sentido, o Roberto [Medina, criador do Rock in Rio] conversou com o prefeito, que na época era o Bruno Covas (1980-2021), para que nos ajudasse a preparar uma venue com a estrutura que o nosso público está acostumado e que também ficaria como um legado para a Cidade – melhorando ainda mais seu potencial para a realização de grandes eventos com padrões internacionais”
Começamos a desenhar o The Town em 2020 e temos muito orgulho do que preparamos. É um festival com uma estrutura nunca vista antes no Autódromo, desde os banheiros ligados à rede de esgoto, todos os cabos enterrados, transporte público 24 horas pela primeira vez, até a cenografia inspirada na arquitetura de São Paulo, mais de 220 ativações de marcas, brinquedos gigantes.
Mesmo com propostas totalmente diferentes, é impossível não fazer a comparação de que o The Town é o “Rock in Rio paulista”. Questionado pela reportagem, Justo admite que o festival é chamado internamente de “irmão mais novo” do veterano fluminense: “Ele nasce com os mesmos propósitos de transformar a cidade e o mundo em um lugar melhor para todos, mas as semelhanças param por aí”.
“Temos uma experiência de quase 40 anos na organização de festivais de música e esse conhecimento a gente leva para o The Town, que foi pensado para São Paulo, com a cara de São Paulo e que já chega como o maior festival da cidade”, complementa.
Com nove grandes espaços e seis palcos, artistas como Bruno Mars, Post Malone, Maroon 5, Demi Lovato, Luísa Sonza e Ludmilla se apresentarão no festival nos próximos dias. Além do interesse do público, as marcas também se interessaram pela atração: são 30 parceiros que impactarão o público com mais de 220 ações.
"As marcas veem tudo que estamos construindo aqui e isso acaba sendo inspirador para elas também", comemora.
E, do mesmo jeito que o irmão mais velho fluminense tem sua música-tema, o caçula paulista também tem sua identidade sonora: a música Nosso Lugar, composta por Eduardo Souto Neto. "A letra diz que foi um longo caminho, que estamos prontos para sonhar novamente, que somos todos um cantando juntos e que as estrelas somos nós. Isso é The Town! Esse é o sentimento que queremos transmitir para nossos fãs", finaliza.