Por Reuters
O número de mortes em decorrência da passagem de um ciclone extratropical que provocou chuvas intensas e causou alagamentos e destruição no Rio Grande do Sul chegou a 46 ao longo do fim de semana, informou o governo estadual nesta segunda-feira, acrescentando que o número de desaparecidos se manteve em 46.
De acordo com dados levantados pela Defesa Civil do Estado, a cidade de Muçum segue com o maior número de mortes, registrando 16, além de também ser o município que contabiliza a maior quantidade de desaparecidos, com 30. Há ainda 8 desaparecidos em Arroio do Meio e 8 em Lajeado.
No total, segundo os dados mais recentes, 92 municípios gaúchos foram afetados pelas chuvas causadas pelo ciclone, que deixaram 4.794 desabrigados e 20.490 desalojados, ao transformar ruas em verdadeiros rios.
No domingo, o governo estadual anunciou que a Polícia Civil do Estado havia iniciado uma operação de busca por pessoas desaparecidas para determinar com "mais clareza e exatidão" o número de pessoas não localizadas e ajudar em seu resgate.
A Operação Desaparecidos está realizando diligências nas sete cidades mais atingidas pelo desastre - Arroio do Meio, Cruzeiro do Sul, Encantado, Estrela, Lajeado, Muçum e Roca Sales - e conta com um total de 118 policiais.
Também ao longo do fim de semana, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, acompanhado de oito ministros do governo, visitou as áreas mais atingidas no Vale do Taquari, onde anunciou que o auxílio federal direto já chegaria a 740 milhões de reais e será destinado para "ações de buscas de sobreviventes, salvamento, reconstrução de estruturas e de cidades".
"Temos três desafios aqui. O primeiro é salvar vidas. O segundo é reconstruir as cidades e o terceiro é recuperar a economia e devolver o emprego e a renda às pessoas", disse Alckmin na plataforma X.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), disse nesta segunda-feira em entrevista à GloboNews, que o auxílio federal demonstra "sensibilidade e disponibilidade" por parte do governo, mas que ainda é preciso entender como se dará esta ajuda, visto que parte dos recursos estará nos custos de combustíveis para veículos de resgate, e não "em mãos" do Estado.
Leite também afirmou que o foco das ações do governo estadual nesta semana será a retomada de serviços essenciais no Estado que tiveram sua infraestrutura destruída pelo ciclone, como bancos, delegacias e escolas, a fim de satisfazer as necessidades da população em áreas atingidas.
"São várias ações dirigidas a tentar reestabeler aquilo que é essencial à normalidade", disse.