Por: Stéfanie Rigamonti
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), disse nesta quarta-feira que o conselho e a diretoria da Petrobras vão buscar se equilibrar em relação à política de preços, e afirmou que a estatal já está orientada a discutir o assunto. O ministro do MME disse que a mudança da política de preço da Petrobras deve levar à redução no preço do diesel entre R$ 0,22 e R$ 0,25.
Em entrevista à GloboNews nesta manhã, Silveira classificou como "absurdo" o Preço de Paridade de Importação (PPI), que baseia o reajuste de combustíveis da Petrobras nas oscilações do dólar e da cotação do barril de petróleo Brent no mercado internacional. Segundo o ministro, o Brasil precisa de preços que estimulem a competitividade interna. "Queremos referência de preços do que somos autossuficientes", declarou. Ele não detalhou, contudo, as alternativas estudadas.
Silveira reforçou que uma das medidas estudadas para conter as oscilações de preços dos combustíveis é a criação de um fundo que servirá como um colchão de amortecimento, mas ele reconheceu que, em casos de eventos extremos, como uma guerra semelhante à da Ucrânia, o fundo não fará milagre.
O ministro afirmou que, por meio da modernização do parque de refino, a Petrobras tem interesse em continuar entregando lucro, mas sempre com responsabilidade social. E disse que a petroleira trabalhará para diminuir o impacto dos preços dos combustíveis na inflação ao consumidor.
Silveira criticou as gestões passadas por elevar o lucro da Petrobras e a distribuição de dividendos aos acionistas, em detrimento dos mais pobres, que sofreram com preços mais altos do gás de cozinha.
Logo após a entrevista, perto das 11h15, as ações preferenciais da Petrobras intensificavam queda para 3,79%, a R$23,35. Os papéis ordinários recuavam 2,29%, a R$26,57. No ano, as ações caem 4,94% e 5,35%, respectivamente.