Por Luciano Costa*
A Petrobras (PETR4) acompanha negociações da Novonor para venda da fatia da empreiteira na Braskem (BRKM5), petroquímica em que são sócias, mas o processo pode se arrastar até meados de 2024, e a petroleira estatal ainda não decidiu se também venderá suas ações na companhia ou se exercerá direito de preferência na operação, disseram executivos nesta quarta (19), em coletiva de imprensa.
Em paralelo, a Petrobras reavalia alguns desinvestimentos ainda não concluídos, e há uma decisão já tomada de não seguir adiante com a venda do polo Bahia Terra à PetroReconcavo e à Eneva, embora não estejam descartadas conversas com as potenciais compradoras do ativo para uma parceria, segundo diretores da estatal.
No caso da Braskem, apesar do apetite de empresas como J&F, Unipar e ADNOC/Apollo, ainda não há ofertas vinculantes, e as interessadas precisarão realizar análises, conhecidas como ´due diligence´, que podem demorar de seis meses a um ano, disse o diretor financeiro da Petrobras, Sergio Leite.
"Ainda tem muita água pra rolar embaixo dessa ponte. Não tem como dar um prazo, porque não depende da Petrobras. Talvez até o final do ano que vem", afirmou Leite.
Enquanto isso, a Petrobras também conduz estudos próprios sobre a Braskem, inclusive sobre como poderia aproveitar sinergias da empresa com seus ativos, disse o CEO, Jean Paul Prates. "Temos o direito de preferência, o privilégio de ser o último a dizer alguma coisa. Estamos analisando tudo".
Em relação à venda de Bahia Terra, no entanto, a decisão de manter o ativo está tomada, disse o diretor de Exploração e Produção, Joelson Mendes. Segundo Prates, a Petrobras chamará a PetroReconcavo e a Eneva, que negociavam a compra do polo, para conversas, e não descartaria totalmente alguma parceria.
Um estudo encomendado pela Petrobras para definir sua nova política de dividendos deverá estar concluído até o final deste mês, disse o CFO, sem antecipar possíveis conclusões.
Segundo Leite, as avaliações da Petrobras se debruçam sobre políticas de companhias "congêneres", incluindo as dez maiores privadas de óleo e gás e as dez maiores corporações estatais do setor.
Já a nova política comercial da Petrobras para os combustíveis está cumprindo com sucesso determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de "abrasileirar os preços", e na prática levou a uma estabilização do mercado sem prejuízos. "Não perdemos dinheiro", disse Prates.
* O repórter viajou a convite da Petrobras