Por Erick Matheus Nery
Com o avanço da tecnologia, veículos autônomos estão deixando de ser coisa de filme futurista e tornando-se realidade ao redor do mundo. Em território nacional, esse movimento também ocorre e, agora, temos um micro-ônibus verde e amarelo que dirige sozinho, o primeiro protótipo deste tipo da América do Sul.
“A experiência de andar no micro-ônibus autônomo é inesquecível. O veículo traz a mesma segurança, confortabilidade e confiança dos demais produtos fabricados pela companhia, com um diferencial – o pioneirismo da autonomia na condução”, afirma Ricardo Portolan, diretor de Operações Comerciais Mercado Interno e Marketing da Marcopolo (POMO4), em entrevista ao Faria Lima Journal.
O executivo foi um dos tripulantes das viagens-teste do micro-ônibus sem motorista, que começaram no final do ano passado. “Foi um sucesso! Em março deste ano, conduzimos o primeiro teste em ambiente operacional real. Por se tratar de um protótipo, teremos uma série de análises e estudos pela frente, mas já rodamos cerca de mil quilômetros em ambiente controlado”, detalha.
A apresentação do protótipo do veículo autônomo é um grande marco na história da companhia. Acreditamos em inovação baseada em conexões e contamos com parceiros estratégicos nesse estudo, demonstrando o potencial da indústria brasileira em desenvolver soluções inovadoras para o transporte de passageiros, para desenvolver este projeto inovador e inédito na América do Sul.
No mês passado, ônibus sem motoristas foram integrados ao transporte público de Edimburgo, capital da Escócia. Por ser um tema novo e ainda em construção, a legislação brasileira não permite que veículos sem motoristas rodem pelas ruas. Assim, os testes estão sendo realizados em ambientes controlados e com velocidade reduzida.
Para tirar o projeto do papel, a empresa de mobilidade urbana integrou o sistema autônomo construído em parceria com a startup brasileira Lume Robotics, especializada em mobilidade autônoma, na carroceria do micro-ônibus Volare Attack 8.
“Certamente, as pessoas que tiveram e terão a oportunidade de embarcar no protótipo podem se orgulhar do quanto a tecnologia e o crescimento da engenharia automotiva brasileira impulsionam a indústria brasileira a patamares internacionais de inovação”, acredita o executivo.
Todos os sistemas construídos pela companhia estão instalados no próprio veículo, assim, não é necessário conexão com a internet para fazer a engrenagem funcionar. Com esse computador próprio no papel de “cérebro do motorista”, sensores instalados ao redor da carroceria ocupam o posto de “olhos do motorista” – módulos de comando elétricos e pneumáticos controlam direção, freios, acelerador e câmbio.
Portolan explica que foram cerca de dois anos de estudos nesta iniciativa, que começou com uma análise mercadológica sobre o tema e, em seguida, a busca por parceiros e o desenvolvimento da tecnologia.
“Neste momento, estamos focados em estudos para a aplicação de tecnologias, com testes contínuos para o desenvolvimento técnico de nossa engenharia. Produzimos soluções em mobilidade, como o Attivi Integral, nosso primeiro ônibus elétrico, com chassi próprio, produtos metroferroviários e o primeiro protótipo de micro-ônibus autônomo da América do Sul”, celebra o executivo.
Nos últimos doze meses, as ações da Marcopolo subiram mais de 116% na Bolsa.