Por Luciano Costa
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomou a decisão de levar adiante medidas para fomentar o aumento da oferta de gás no Brasil, principalmente um programa que tem sido chamado de “Gás para Empregar”, disse nesta sexta-feira (30) o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD).
Nas últimas semanas, Silveira chegou a cutucar o presidente da Petrobras (PETR4), Jean Paul Prates, afirmando em eventos que a estatal estaria “boicotando” o envio de mais gás para a costa para priorizar a injeção em poços de petróleo, para aumentar produção.
Prates respondeu, também em declarações públicas, que não há oferta suficiente para todo o mercado, garantindo que a Petrobras não estaria “sonegando” gás e que a reinjeção do insumo é uma necessidade técnica da companhia.
“Existe um interesse da sociedade brasileira e quem tem que impor isso com mão firme, com autoridade, é o ministério. Há, é claro, o interesse financeiro, comercial das petroleiras. Mas nós vamos fazer o bom debate, com equilíbrio”, disse Silveira a jornalistas, após leilão de transmissão em São Paulo.
Em discussões sobre o programa Gás para Empregar, o ministério de Minas e Energia tem defendido que se discuta com as petroleiras eventuais restrições à reinjeção de gás em poços de petróleo, além de incentivos e regulação para tecnologias de armazenamento de CO2, que usam o insumo, disseram à Mover duas fontes que seguem o tema, que pediram anonimato.
Segundo o ministro, as avaliações do MME levarão sempre em consideração que a maior parte das empresas do setor é privada, e que a Petrobras é uma sociedade de economia mista, com o governo como controlador.
“Entendemos a natureza jurídica das empresas, mas não vamos admitir que o interesse exclusivo do lucro possa prejudicar a construção de uma sociedade melhor”, disse Silveira na coletiva de imprensa. Segundo ele, Lula teria inclusive manifestado nesta semana apoio à política para o gás. “O presidente disse: vamos implementar”, afirmou o ministro.