Por Bruno Andrade
O JPMorgan elevou a recomendação da Cogna (COGN3) de venda para neutra, mostra relatório enviado aos clientes nesta sexta-feira (31). Segundo a instituição financeira, a mudança de visão acontece após a companhia ter dado a volta por cima sobre os problemas com o ensino superior.
“A empresa retomou o crescimento da receita durante o segundo semestre de 2022 e deve continuar a expandir em 2023, enquanto o ciclo de recebíveis foi normalizado”, afirmaram os especialistas.
Na visão do JP Morgan, o fato da Kroton ter um aumento de 12% nas receitas do segundo semestre, no comparativo anual, contra um crescimento de 4% da Yduqs e de 5% da Ânima, mostra como a companhia está à frente de alguns concorrentes.
Outro fator positivo destacado por eles, é que a empresa tem caixa suficiente para pagar todos os vencimentos da dívida em 2023, o que tende a reduzir as pressões sobre a companhia.
“Os dias de recebíveis caíram consideravelmente de um pico de 139 dias no 4º trimestre de 2019 para 46 no 4º trimestre de 2022, que está entre os mais baixos do setor, já que Afya tem 71, Ser Educacional 72, Yduqs 82 e Ânima 85”, afirmou o JPMorgan.
Por outro lado, o endividamento medido em múltiplos comparativos com o Ebitda, conhecido no jargão do mercado como alavancagem, está muito alto, o que é um ponto negativo para a empresa.
“Como resultado, a empresa consumiu R$ 214 milhões em caixa durante os últimos doze meses, principalmente devido a pagamentos de juros líquidos de R$ 520 milhões”, detalha o JPMorgan.
Após a divulgação do relatório, o mercado se animou e foi às compras. Por volta das 11h45min, as ações da Cogna subiam 7,69%, a R$ 1,96. O JPMorgan não possui um preço-alvo para o papel.