Por Gabriel Ponte
O Federal Reserve e o Banco Central Europeu devem elevar os juros em 25 pontos-base em suas respectivas reuniões de política monetária desta semana e fornecer uma visão dura sobre as perspectivas futuras para a política monetária, sem espaço para cortes de juros, avaliaram os economistas do J.P. Morgan em relatório a clientes enviado no início desta semana.
De acordo com os analistas, ao mesmo tempo em que as autoridades devam transmitir uma mensagem "hawkish", ou seja, favorável ao aperto monetário, uma eventual alta adicional dos juros nos encontros de setembro dependerá, em parte, do debate envolvendo a atividade econômica e a evolução da inflação nas respectivas economias.
A equipe do banco entende que os Estados Unidos enfrentão uma desaceleração acentuada da atividade econômica adiante, resultando em uma interrupção do ciclo de aperto monetário, mas sem espaço para o início de um ciclo de redução dos juros. Na ponta contrária, os profissionais estimam que o BCE elevará a taxa básica de juros novamente no mês de setembro.
O Fed divulgará a decisão de juros às 15h00 desta quarta-feira, seguida por coletiva do presidente da autoridade, Jerome Powell, às 15h30. Na quinta-feira, pela manhã, será a vez do BCE divulgar sua decisão de juros.
Para a reunião desta semana, quase a totalidade dos investidores projetam que o Fed elevará os juros em 25 pbs. Na sequência, em setembro, a maioria (79,2%) aposta na manutenção dos juros. Já em novembro, os operadores se dividem mais sobre os possíveis rumos da decisão, de acordo com derivativos negociados na Chicago Mercantile Exchange (CME).
No caso do Banco do Japão (BoJ), o J.P.Morgan entende ser apropriada uma revisão do controle da curva de rendimentos dos títulos do governo, estendendo os limites de oscilação a 100 pontos-base. Atualmente, pelo mecanismo, o BoJ busca fixar os rendimentos dos títulos de dez anos em torno de zero, tolerando oscilações de até 50 pontos-base acima ou abaixo desse nível.
A decisão do BoJ ocorrerá na sexta-feira.