Por Artur Horta
O substancial aumento das importações de aço planos tem levado a uma “conjuntura de muita cautela” entre as siderúrgicas e distribuidoras brasileiras, disse o presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), Carlos Loureiro, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (22).
Loureiro afirmou que as importações são “o grande problema do mercado de aço”, por elevarem a volatilidade de preços do ingrediente siderúrgico. As importações subiram 18,3% na base mensal em maio, para 190,4 mil toneladas, e por trás desse aumento está um prêmio que pode chegar a 30% ante os preços nacionais em algumas regiões.
“Para os próximos três ou quatro meses haverá um problema da importação. A paridade caiu por conta do recuo dos preços do aço no exterior e o dólar também caiu”, explicou Loureiro. “A informação que temos é que os armazéns de material importado estão completamente cheios, com mais de 250 mil toneladas. E ainda há mais para chegar”, acrescentou.
Um cenário mais desafiador se cria diante dos fabricantes de aços planos como Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3), que precisarão competir com um produto importado mais barato e devem ficar com a porta fechada para exportações, já que o menor patamar de preços do aço e do dólar trazem margens mais baixas.
Além da competição com o material importado, o presidente do Inda também avaliou que os preços podem ficar ainda mais pressionados com o aumento da oferta de aço até outubro. “Fala-se em um aumento de 20% na capacidade da Usiminas após a reforma do alto-forno 3 e ainda tem a ArcelorMittal (ARMT34) retomando a operação completa”, disse ele.
Durante a coletiva de imprensa, o instituto divulgou os números do setor em maio, quando as vendas de aço plano avançaram 9,9% em relação ao mês anterior, para 331 mil toneladas. A expectativa para junho é que as vendas recuem 3%, de acordo com o Inda.