Por: Simone Kafruni
O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), afirmou, nesta quarta-feira, que o governo busca novas fontes de financiamento em bancos chineses e suíços via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) e Banco do Nordeste (BNB). “Precisamos de fontes de recursos com juros mais baixos para acelerar os investimentos em infraestrutura”, afirmou.
O ministro, cuja pasta detém a Secretaria do Programa de Participação de Investimentos (PPI), participou hoje do Fórum da Associação Brasileira da Indústria de Base (Abdib), e após sua apresentação falou com jornalistas. “Torcemos para que os juros venham a cair, porque não é suportável uma taxa de quase 14%”, disse.
Segundo ele, o presidente do BNDES, Aloízio Mercadante (PT), está na China com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em contato com bancos chineses e, nos dias 5 e 6 de maio, o governo receberá ministros suíços e representantes de bancos do país europeu.
“A boa notícia é que esses bancos querem investir nas áreas de infraestrutura, especialmente saneamento e energia, com possibilidade de parceria com Banco do Nordeste e BNDES, para que esses recursos sejam mais baratos do que são oferecidos hoje”, detalhou.
No discurso de abertura do fórum, Costa afirmou que se reuniu com agências reguladoras para renegociar contratos de concessão de obras paralisadas ou que estão com metas desatualizadas. “De 16 mil km de rodovias concedidas, 4 mil km estão paradas. Os pedidos de reequilíbrio econômico financeiro foram judicializados”, assinalou.
A ideia, segundo Costa, é aproveitar a disponibilidade do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Supremo Tribunal Federal (STF) para abrir mesas de negociação e promover conciliação com as concessionárias cujas obras estão paralisadas.
O ministro também revelou que o governo pretende desonerar concessões de serviços de áreas sociais, como saúde, educação e mobilidade urbana, com base na experiência que teve como governador da Bahia, onde o modelo funcionou, conforme ele. “Estou conversando com o Ministério da Fazenda para encontrar essa saída, de desonerar a concessão e trazer a iniciativa privada para esses setores”, afirmou.