Por Luciano Costa
A Comerc, da Vibra Energia (VBBR3), está otimista com as perspectivas da Micropower, sua controlada de baterias elétricas, de olho em oportunidades que surgirão com os planos do governo para substituir usinas a diesel na Amazônia e para leilões em novos projetos de energia que devem abrir espaço para soluções de armazenamento, disse à Mover um executivo do grupo.
A Micropower, que também tem como sócias a alemã Siemens e um fundo da norueguesa Equinor, tem se especializado em instalar microrredes que permitem a clientes como indústrias trocar combustíveis fósseis por fontes limpas, como energia solar, com apoio de baterias, explicou o CEO da empresa, Sergio Jacobsen, em entrevista à Mover.
Uma das apostas para fechar novos negócios é o programa 'Energias da Amazônia', lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para reduzir a geração com combustíveis fósseis na região, as emissões de carbono e os gastos com subsídios que hoje bancam essa energia poluente. A iniciativa terá investimentos de R$2,95 bilhões previstos na lei de privatização da Eletrobras para projetos na Amazônia Legal na próxima década.
"A aplicação desse recurso vai ser um bom princípio para a descarbonização da Amazônia, mas ali tem um modelo de negócios que não é dependente desse dinheiro", disse Jacobsen, ao estimar que investimentos em projetos para substituir diesel por renováveis ou baterias na região podem se pagar em três ou quatro anos, devido às economias geradas.
A Micropower também pretende disputar um leilão que o governo deve realizar em 2024 para a contratação de capacidade de energia, no qual deve haver espaço para projetos com baterias. "Lá fora isso já é difundido. Na Califórnia, nos Estados Unidos, por exemplo, passaram de 500 megawatts em baterias instaladas na rede em 2020 para 5 mil MW. Nós temos tecnologia, temos os produtos e temos experiência", disse Jacobson.
Recentemente, a Micropower concluiu projetos que incluíram a instalação de uma microrrede renovável no interior da Bahia, com equipamentos da Tesla, para atender contrato com a Coelba, distribuidora da Neoenergia, além sistemas também com baterias Tesla para abastecer complexo da Vale em Mangaratiba.
"Em relação ao ano passado, já ampliamos em pelo menos cinco vezes em termos de assinatura de contratos. Tivemos um crescimento bom, a procura está enorme, cresceu muito o interesse pela tecnologia", disse o CEO, sem abrir valores.
A Vibra Energia, que atua em combustíveis, adquiriu 50% da Comerc em transação de R$3,25 bilhões de reais anunciada em outubro de 2021. Com o negócio, a ex-BR Distribuidora pretende se tornar uma empresa de energia com forte atuação em renováveis, em preparação para a chamada transição energética.
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