Por Fabricio Julião
O dólar fechou em alta ante o real nesta terça-feira (12), em ajuste após cair mais de 1% no dia anterior. As taxas de contratos dos juros futuros encerraram em baixa, impulsionadas por sinais de inflação mais fraca que o esperada por aqui, o que reforça a tese de que o Banco Central pode acelerar o corte da Selic no fim do ano. Ao fim da sessão, o dólar à vista subiu 0,48%, a R$4,9543.
A moeda americana ganhou força na sessão de hoje diante da maior parte de seus pares, em correção ao desempenho de segunda-feira. Em uma cesta de 22 moedas acompanhada pela Mover, o dólar americano cedia perante cinco, por volta das 17h.
O peso mexicano tinha o melhor desempenho, enquanto o real era o que performava pior. Conforme explicou o diretor de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik, a moeda brasileira tende a oscilar nos extremos, entre as maiores altas e baixas, a depender do movimento do mercado.
Apesar de registrar valorização frente à maior parte das divisas acompanhadas pela Mover, o dólar não teve grandes variações diante dos pares. Isso se deve à cautela do mercado em relação à divulgação amanhã do índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) de agosto.
O indicador deve ajudar a balizar a condução da política monetária do Federal Reserve por lá, enquanto ainda há incertezas acerca do patamar dos juros americanos no fim do ano.
Os investidores também aguardam o anúncio da decisão do Banco Central Europeu (BCE) acerca da taxa de juros da região na zona do euro. Após dados de atividade econômica mais fracos que o esperado, o mercado passou a projetar a manutenção em 4,25% ao ano.
Por aqui, agentes financeiros digeriram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto, que subiu 0,23% no mês e veio abaixo do TC Consenso de 0,25%.
A aceleração menor que o esperado e o alívio sobre os núcleos de serviços foram surpresas consideradas positivas pelos especialistas para o ciclo de cortes da Selic pelo Banco Central. Em meio a esse cenário, as taxas de contratos dos juros futuros operaram em queda durante toda a sessão.
Os DIs com vencimentos em jan/24 e jan/25 recuaram 2,0 pontos-base e 7,0 pbs, respectivamente, a 12,30% e 10,42%. Já os vértices para jan/27 e jan/31 caíram 9,0 pbs e 4,0 pbs, na mesma ordem, a 10,30% e 11,15%.