Por: Eduardo Puccioni
A taxa de desemprego no Brasil cresceu no trimestre encerrado em fevereiro, interrompendo seis trimestres de quedas, em meio a sinais de desaquecimento da economia em linha com a política monetária adotada pelo Banco Central (BC) para conter o avanço da inflação.
A taxa de desocupação foi estimada em 8,6% no trimestre móvel de dezembro a fevereiro, em linha com os 8,7% projetados pelos analistas de mercado, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa alta de 0,5 ponto percentual no trimestre encerrado em fevereiro em relação ao trimestre anterior, mas recuo de 2,6 pontos percentuais ante o mesmo trimestre do ano anterior.
“No trimestre encerrado em fevereiro, esse aumento da desocupação ocorreu após seis trimestres de quedas significativas seguidas, que foram muito influenciadas pela recuperação do trabalho no pós-pandemia", explicou a coordenadora da pesquisa, Adriana Beringuy.
O número de desempregados avançou 5,5% no comparativo trimestral para 9,2 milhões de pessoas. Na comparação anual, a queda no número de pessoas desocupadas foi de 23,2%.
A população ocupada foi de 98,1 milhões de pessoas, registrando uma redução de 1,6% na comparação trimestral, mas uma alta de 3,0% se comparado com o mesmo trimestre do ano anterior.
A taxa de informalidade foi 38,9% da população ocupada, permanecendo estável ante o trimestre anterior e ante 40,2% no mesmo intervalo do ano anterior. O número de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado foi de 13,0 milhões, queda de 2,6% ante o trimestre anterior, enquanto empregados com carteira assinada somaram 36,8 milhões, ficando estável. O rendimento médio real permaneceu estável, atingindo R$2.853.